Crônicas de Nárnia

Alguem além de mim consegue ver o conjunto de simbolismos retratados no filme, ou eu so vijei na batatinha?

Creio que o autor do livro com certeza conhecia cabala e o caminho da serpente.

Tambem eh interessante notar que são 4 irmãos assim como 4 elementos e no filme cada um (com excessão de Edmundo) urecebe presentes correspondentes a seu elemento.

O rei Aslan, é um leão, um dos símbolos de Tiphareth.

E que também coincidentemente morre e renasce.

A batalha retratada no filme pode ser um reflexo da luz da consciencia contra as trevas da ignorância, assim como no Bhagavad Gita.

Lembrei disso ao ver o filme hje na tv.

Alguem concorda, dircorda ou tem algo a acrescentar?

Era exatamente a esse tipo de coisa que eu me referia no outro tópico. E é o mesmo tipo de piração que eu tenho, achando que as coisas tomam significados aparentementre insuspeitados. E não apenas nos filmes, mas nas músicas, nas situações do dia-dia, nos diálogos familiares, nas conversas que aleatóriamente se escuta sem querer no ônibus, em toda a parte. É como se as pessoas, o mundo inteiro fizesse um sentido que só você percebe.

Agora se é intencional ou não, eu realmente não sei. Acredito que uma pequena parcela do que acontece e faz sentido para nós até possa ser intencional, mas acho que grande parte é coisa da cabeça da gente.

Normalmente o que é intencional é explícito, como por exemplo a influência discordialista em "Clube da Luta".

Mas outras vezes é tudo tão sutil que não há como ser proposital, chegando mesmo a beirar o inesplicável muito embora eu não goste deste termo.

Cara, às vezes é um inferno...

É como se por alguns momentos tudo fizesse sentido para você, só para você, e ninguém mais à sua volta conseguisse absorver o que aconteceu.

Então você pensa: "Sou um esquizofrênico, ou algo absurdamente profundo e brilhante foi dito pela

boca de um boécio?"

Será que é só comigo?

Parece que não...

Mas creio que no caso do filme foi intencional mesmo...

Que nem no "The Wake Word" de Crowley e em muitos contos de fadas.

Os autores de tais livros quase sempre queriam passar algum simbolismo "magico"!

Assim como Lewis Carrol em Alice (infelismente alguns simbolismos só podem ser entendidos no idioma de origem)!

Mas voltando a sua observação...

Se ficamos confusos em dar significado a trivialidades que nos rodeiam, é facil de entender o porque o destino daqueles que não passam no órdalio do abismo, geralmente é a loucura.

Imagine cumprir isso:

  • "Que eu interpretarei todos os fenômenos como um trato particular de Deus com minha alma."*

E tem mais!

E que se eu falhar nisto, possa minha pirâmide ser profanada, e o Olho fechado para mim!

Como o Allan cometou uma vez...

Agora, ou você abandona tudo que é, tudo que tem, perde seu senso de identidade e encara esse período de "loucura" (ou as "loucuras" de Maya), em que desconstroi todas as percepções e tudo o que entende do Universo em sua mente - se tornando realmente e voluntariamente "insano", e encontrando a resposta, chegando à Cidade das Pirâmides; ou se contente e agarra ao que é e tem e permanece para sempre como um A.E. - toma o caminho do Irmão Negro.

É, mas é a gente que busca essa "loucura santa", ela é nossa meta (ou melhor dizendo, "sobreviver" à ela). Entregar-se absolutamente e superar a Ordália como deve ser feito.

Só o que me deixa um pouco frustrado às vezes é que esse seja um caminho tão solitário.

Não por um sentimentalismo infantil, nâo é isso. Mas é que de vez em quando seria legal que mais alguém também entendesse a "piada".

E depois de muitas voltas ainda somos "o Louco" sonhado brincar de "Mago".

Infelizmente é assim que tem que ser. Ou felizmente, eu não sei

Talvéz seja esse sentimento solidão causada pelo conhecimento que leve determinados autores a escrever contos de fadas impregnados do mais puro simbolismo mágico. Para que outros pelo menos suspeitem que existe um mundo além do seu próprio mundo.

E quer melhor público que as crianças?

Você já parou para ver uma criança brincando sozinha quando não sabe que está sendo observada?

É surreal...

Pois é...

O Louco é o último caminho antes de Kether e ele é tanto o início como o fim da roda do taro.

No Livro de Thoth ao falar dessa carta retrata bem esse sentimento de "înoscencia" que vc exemplificou.

Principalmente na lenda de Percival.

Vale a pena ler pra entender o simbolismo cometado aqui!

E por falar em Louco:

**Liber AL I.60.* Meu número é onze, como todos os números deles que são de nós . A Estrela de Cinco Pontas, com um Círculo no Meio, & o círculo é Vermelho. Minha cor é preta para o cego, mas azul e ouro são vistos pelos videntes. Também eu tenho uma glória secreta para aqueles que me amam.*

E segundo o comentário de 1912:

O não-iniciado só percebe trevas na Noite: o sábio percebe as estrelas dourados na abóbada de azure.

Pobre sina... [:cry:]

Ia esquecendo!

Segundo Sheldon Cashdan em seu livro "Os 7 pecados capitais no Contos-de-Fadas" eles nao foram feitos para crinças e sim para adultos!

Vide Wikipedia!

As versões infantis de contos de fadas hoje consideradas clássicas, devidamente expurgadas e suavizadas, teriam nascido quase por acaso na França do século XVII, na corte de Luís XIV, pelas mãos de Charles Perrault.[18] Para Sheldon Cashdan, em referência aos países de língua inglesa, a transformação dos contos de fadas em literatura infantil (ou sua popularização) só teria mesmo ocorrido no século XIX, em função da atividade de vendedores ambulantes ("mascates") que viajavam de um povoado para o outro "vendendo artigos domésticos, partituras e pequenos volumes baratos chamados de chapbooks".[19] Estes chapbooks (ou cheap books, "livros baratos" em inglês), eram vendidos por poucos centavos e continham histórias simplificadas do folclore e contos de fadas expurgados das passagens mais fortes, o que lhes facultava o acesso a um público mais amplo e menos sofisticado.

Fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Contos_de_fadas

É, se você parar para pensar, uma história sobre um lobo que trucida uma velhinha e quer comer uma ninfeta (com a boca como fazem os lobos ok? [:lol:] ), ou um conto a respeito de uma velhota que rapta duas crancinhas para engordá-las e comê-las (porque será que tudo é tão fágico?), ou mesmo pegando o exemplo de Alice no qual um homem "louco" dá de beber de um determinado "chá mágico" para uma menininha perdida, realmente não poderiam ter sido criados para crianças.

Mas o fato é que algumas delas adoram.

Eu particularmente sempre achei tudo meio sombrio demais quando criança.

Aliás uma curiosidade sobre Lewis Carroll:

Ele costumava nutrir amizades bastante íntimas com meninas, inclusive Alice era o nome de uma de suas amiguinhas.

Ah, ele também gostava de fotografar ou desenhar meninas nuas ou seminuas, claro com a devida autorizção das mães. [:!:]

Uma de suas frases famosas seria algo do tipo "Gosto de crianças (exceto meninos)". [:roll:]

Será...? [:twisted:]

Danadinho esse Carroll.

Era exatamente a esse tipo de coisa que eu me referia no outro tópico. E é o mesmo tipo de piração que eu tenho, achando que as coisas tomam significados aparentementre insuspeitados. E não apenas nos filmes, mas nas músicas, nas situações do dia-dia, nos diálogos familiares, nas conversas que aleatóriamente se escuta sem querer no ônibus, em toda a parte. É como se as pessoas, o mundo inteiro fizesse um sentido que só você percebe.

Agora se é intencional ou não, eu realmente não sei. Acredito que uma pequena parcela do que acontece e faz sentido para nós até possa ser intencional, mas acho que grande parte é coisa da cabeça da gente.

Normalmente o que é intencional é explícito, como por exemplo a influência discordialista em "Clube da Luta".

Mas outras vezes é tudo tão sutil que não há como ser proposital, chegando mesmo a beirar o inesplicável muito embora eu não goste deste termo.

Cara, às vezes é um inferno...

É como se por alguns momentos tudo fizesse sentido para você, só para você, e ninguém mais à sua volta conseguisse absorver o que aconteceu.

Então você pensa: "Sou um esquizofrênico, ou algo absurdamente profundo e brilhante foi dito pela

boca de um boécio?"

Será que é só comigo?

Parece que não...

Cara,voçe nao acha que esta na hora de desenvolver sua mediunidade?

[;)]

A que exatamente você se refere?

Não sei se o que você chama de mediunidade é o mesmo que eu compreendo por essa palavra. Tive sempre inclusive uma postura receosa diante de determinadas aberturas astrais justamente por julgá-las de certa forma perniciosas. Falo de transes passivos e esse tipo de coisa.

Claro que eventualmente eu possa estar alimentando um pré-conceito. Talvéz você possa me elucidar seu ponto de vista para que eu entenda melhor.

Não sei se o meu jeito estranho de me relacionar com o mundo tem a ver com mediunidade ou falta dela. O que me ocorre é como se eu percebesse a existência de uma grande mecanismo invisível do qual muitas pessoas não se dão conta e que a todo momento faz questão de me dar indícios que si mesmo atravéz de co-relações inexplicáveis, coincidências e sincronicidades recorrentes.

Será que a mediunidade é o problema?

O que você acha?

Lorkshem, As Crônicas de Nárnia realmente é uma das sagas mais simbólicas que já vi, e com certeza o autor deveria possuir conhecimento acerca do assunto utilizando isso em sua obra de uma maneira bastante transparente.

Em relaçao ao simbolismo, acho que vai de pessoa para pessoa interpretar nos seus parametros, é como uma mesma ideia vista através de vários pontos de vista.

Sabe, quando criança, sempre que assistia a tais filmes sentia que os mesmos queriam passar uma mensagem muito maior do que realmente passa e, carrego tal pénsamento até os dias de hoje, o que me faz assistir novamente muitos "clássicos" que me intrigavam na infancia com o intuito de tentar captar algo que me passou despercebido na época, algo que nao compreendia bem.

Voce já chegou a ler os livros? Isso poderia ajudá-lo a raciocinar melhor. Curiosamente existem duas ordens para interpretaçao de tal saga, fica aí mais uma questao, seria isso "mera coincidencia" ou um ato intecional do autor?!

Cara, às vezes é um inferno…
É como se por alguns momentos tudo fizesse sentido para você, só para você, e ninguém mais à sua volta conseguisse absorver o que aconteceu.

Senti uma grande familiaridade em seu comentário, Aluvaia, uma vez ou outra acontece quase o mesmo comigo, sao fatos muito consistentes para serem apenas "mera coincidencia" e por alguns motivos particulares, penso que realmente nao sao...

Muitas vezes em que estou grilado pensando em algo, a música que estou ouvindo, fala algo que tem toda coesao e se encaixa perfeitamente no contexto do meu pensamento, o mesmo vale para diálogos em filmes, e em trechos de conversas aleatórias de pessoa na rua como voce citou (em seu caso no onibus)!

O interessante é que quando estou sob o efeito de psicoativos esses "eventos telepáticos" parecem ser bem mais sutis, e na maioria das vezes as coisas em minha cabeça fazem um tremendo sentido, como se eu tivesse encontrado a resposta que sanasse minhas dúvidas, mas em seguida esquecesse tal resposta.

É um caos...

Tenho algo a acrescentar. Falando dentro do termo usado por ti, lorkshem, devo te dizer que C. S. Lewis era genuinamente cristão. Por isso, não é algo desesperador, porque a bíblia em si possui o raciocínio posto no livro. Não necessariamente por características assim tal pessoa é obrigada a conhecer a cabala. Portanto, em minha opinião, flexibilizar o pensamento para diferentes entendimentos seria o correto.

Puxa, galera, muito legal ver que vocês garimpam coisas aqui pelo fórum e, não se contentando com o que está na superfície, se dispõem a ressuscitar tópicos de vários anos atrás, legal mesmo...

Enfim, da parte que me cabe nessa discussão, creio que seja interessante acrescentar a essa altura do campeonato que esse tipo de coisa foi devidamente resolvida na minha cabeça.

Não, essas coisas não pararam de acontecer, muito pelo contrário, tudo só se tornou mais e mais frequente. O que mudou foi meu jeito de ver tudo isso. Hoje posso compreender que a realidade não é uma, mas várias, e que eu moldo a minha própria realidade em conformidade com as minhas crenças, ou seja, quanto mais eu acredito, tanto mais eu observo, e esse é um processo crescente durante a vida da gente e eis que ele continua se retroalimentando até que a gente morra ou que algo se rompa, o que ocorrer primeiro. Comigo algo se rompeu, felizmente, me dando a oportunidade de brincar disso sem ser prisioneiro dessa loucura toda.

Com isso quero dizer que hoje consigo ver existir no homem uma curiosa condição que propicia um fenômeno no qual tudo o que o “acreditador acredita, o observador observa”, isto é, a realidade tendendo a se mostrar para ele (ou ele a vê-la, dirão alguns, e não faz diferença) segundo ele a concebe e em conformidade com as suas crenças e expectativas.

O que mais libertador e, ao mesmo tempo, aprisionador? Nessa faca de dois gumes, o homem é livre para crer em qualquer coisa e, independentemente do que for, será reforçado, talvez pela sua própria atenção seletiva e sua capacidade de simbolizar, a acreditar naquilo; mas por outro lado, será também prisioneiro daquilo que tem como mais firme certeza, estando a chave da sua libertação em um lugar que normalmente ele nunca procuraria, a saber, no exato sentido oposto de suas próprias crenças. É como o pequeno poema que nos diz que:

”As abelhas operárias podem partir,
Até os zangões podem ir-se embora;

A Rainha é uma escrava”

Que espécie de liberdade há em permitir que se restrinja o pensamento a uma única via de possibilidade? “Restrição” não deveria significar para a filosofia o mesmo que o “pecado” significa para a religião? Verdades podem ser constructos perigosos, tomemos cuidado, portanto.

Mas enfim, não importa. O importante agora é apenas agradecer pela oportunidade que vocês me dão de reler sobre minhas opiniões do passado e, ainda mais interessante do que isso, pela circunstância de poder corrigir a mim mesmo no presente.

Muito grato, senhores! É sempre uma satisfação!

Ah, quase me esqueci de falar dos psicoativos...

Sim, eles podem ser facilitadores tremendos, mas podem ser gatilhos para surtos maníacos (e psicóticos, nos piores casos) também. Acho que tudo depende de quem é você e da sua capacidade de lidar com isso. Eu, particularmente, sempre que fiz uso trouxe algo de grande valia lá do fundo do baú, entretanto eu já vi gente aparentemente preparada (em teoria) perder o caminho de casa e não achar mais.

A relação das pessoas com as drogas é algo muito pessoal e, muitas vezes, pode ser imprevisível (tá, novidade, né?!).