Crowley X Drogas...

Caros amigos, como vão ?

93

Estava eu escrevendo para um tópico desses ai...e surgiu um assunto sobre Drogas e Crowley,

e um amigo escreveu que quem tem vícios não pode ser seu senhor...ou algo assim....

Os senhores acham que Crowley sem as drogas não faria toda a historia que fez ? acham que alteraria a historia do ocultismo e das ordens a qual ele fundou...?

será ?

Amor é a lei, 93/93

Fraternalmente:

THIAGO CARDOSO.

Eu re-afirmo o que já tinha dito em outro tópico. Quem é viciado em álcool, drogas ou em qualquer outra coisa nociva não pode se tornar um verdadeiro iniciado. Aparecem alguns neandertais que contra-argumentam dizendo que Crowley era viciado em cocaína e heroína. Eu, como Thelemita, respondo o seguinte para esses acéfalos: é verdade que Crowley usava tais substâncias mas não era para satisfazer os prazeres de um vício. Crowley usava tais substâncias porque ele era asmático e na época dele muitos médicos prescreviam cocaína (e outras drogas) para tratar de pacientes asmáticos. Inclusive uma das razões que levaram o Crowley a praticar o Alpinismo foi com o objetivo de tratar de sua asma. No entanto o Crowley lutou até o final de sua vida para se libertar do consumo das drogas. Isto já prova que mesmo o Crowley não era a favor do uso de tais substâncias. Ainda existe um outro lado da questão com relação ao uso de drogas na iniciação. Existem muitas correntes iniciáticas - tais como o xamanismo ameríndio, algumas correntes iniciáticas da índia e outras pelo mundo afora - que utilizam drogas e venenos de animais (cobras e etc.) em rituais de iniciação com o objetivo de testar o iniciado para averiguar se ele é capaz de se manter lúcido mesmo estando com a droga (ou veneno) em seu organismo. É uma espécia de teste de fogo para averiguar a força do candidato a iniciação. No entanto são só algumas sendas iniciáticas específicas que fazem uso de drogas ou venenos e mesmo assim com a supervisão de um instrutor altamente qualificado.

Agora essa coisa de que qualquer um pode usar drogas ao seu bel-prazer e ao mesmo tempo trilhar o caminho da iniciação é MENTIRA! Um indivíduo que não possui vontade forte o suficiente para dizer NÃO a um cigarro de maconhha vai conseguir manifestar a sua Verdadeira Vontade (Thelema)?! É claro que não! [:ugeek:]

DROGAS *NÃO* COMBINAM COM THELEMA! [:ugeek:]

Caro,

93

...DROGAS NÃO COMBINAM COM THELEMA!...

Falou e disse ...

(expressão de velho né) rsrsr

Fraternalmente:

THIAGO CARDOSO.

Eu concordo que o vício é um problema, mas acho que os dois poderiam ler algumas biografias do Crowley!

Ele só usava drogas por causa da asma no princípio. Ele não foi mais o mesmo que escreveu o ensaio Cocaína ali por 1920. Ele lutou contra o vício pelo resto de sua vida, e usava doses absurdas.

Caros amigos,

93

É verdade amigo Alan, ele era mui viciado mas o que eu quis levantar foi o fato de suas Obras, seus ensaios, magico-mistico-espiritual, quero saber se os irmãos pensam se ele não usasse drogas se mudaria muito a historia de sua carreira ao que diz respeito ao Ocultismo, e as Ordens a qual ele fundou ou deu auxilio.

entende ?

93,93/93

Fraternalmente:

THIAGO CARDOSO.

É foda.

Cocaína não era uma "droga" (ilícita) até cerca de 1920 lá nas terras dele.

Absinto, também foi proibido (aqui no Brasil não é, embora exista um limite na % de alcool).

Em alguns países, atualmente, a Maconha é liberada.

Remédios também são drogas, alguns com efeitos colaterais e dependência muito mais fortes.

etc.

Deixo aqui uma "reflexão":

http://www.youtube.com/v/yXIwXz-pHWA&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b

Agora, se as drogas ilícitas influenciaram ou não, sei lá. Quem já usou já sabe dos efeitos, e sabe que dá pra aplicar pra um propósito mágico ao invés de simplesmente "curtir a onda". São necessárias? Claro que não!

Bom, pelo menos por ele ter usado tantas drogas ele escreveu alguns ensaios como cocaína, absinto, óxido etílico, o romance Diary of a Drug Fiend, relações de drogas com caminhos/esferas (777) e outros.

Bom, nunca vamos saber se teria sido melhor ou pior sem as drogas (ou sem o vício, que tal essa palavra?).

Essa vai gerar polêmica:

Consultando o AL I : 22:

"[...] Para adorar-me tomai vinho e estranhas drogas a respeito das quais Eu direi a meu profeta, & ficai bêbados deles! De forma alguma eles vos causarão mal. É uma mentira, esta insensatez contra si. A exposição da inocência é uma mentira. Seja forte, oh homem! Luxúria, aproveite todas as coisas do sentido e arrebatamento: não temais que algum Deus o negará por isso."

Comentário antigo (1912):

"Este privilégio de usar vinho e drogas estranhas foi confirmado; as drogas estão de fato reveladas.

Segue uma maldição contra o altruísmo servil do Cristianismo, a submissão de si às impressões externas, a asfixia do Bebê de Glória debaixo da antiga enfermeira flácida a Convenção."

Observação ao antigo comentário escrito no novo:

"(P.S. E elas não prejudicaram aqueles que as usaram nesta Lei.)"

Comentário novo (1921):

(não reparem na tradução rápida!)

"Embriaguês é uma maldição e obstáculo apenas aos escravos. [..] Qualquer indivíduo que estiver fazendo a sua Verdadeira Vontade está bêbado com o deleite da Vida.

Vinho e estranhas drogas não prejudicam as pessoas que estão fazendo as suas vontades; eles apenas envenenam as pessoas que têm o câncer do Pecado Original. [...]

A Verdade é tão terrível para esses detestáveis arremedos de humanidade que a idéia do self é uma realização do inferno. Desta forma, eles partem para a bebida e as drogas como se fosse um anestésico em uma operação cirurgica de introspecção..

[...] Se você realmente é livre, você pode usar cocaína tão simplesmente quanto um caramelo. Não existe teste bruto melhor de uma alma do que sua atitude em relação às drogas. Se um homem é simples, destemido, ansioso, ele está bem; ele não se tornará um escravo. Se ele é temeroso, ele já é um escravo. Que o mundo inteiro use ópio, haxixe, e o restante; aqueles que são passíveis de abusar delas, seriam melhores estando mortos.

Pois em todas as assim chamadas drogas intoxicantes está o poder de revelar um homem para si mesmo. Se esta revelação decalara uma Estrela, então ela brilha mais e mais depois disso. Se isso declarar um cristão - uma coisa não um homem ou besta, mas uma confusão de mente - ele implora pela droga, não mais pelo seu poder analítico, mas pelo seu poder entorpecente. [...]"

http://hermetic.com/legis/new-comment/chapter-ii.html

Caros amigos,

93

....A felicidade da cocaína não é passiva ou plácida como a dos animais, ela é auto-consciente. Ela diz ao homem o que ele é, e o que ele poderia ser; ela oferece-lhe a aparência da divindade, só para que ele possa saber que é como um verme. Ela desperta o descontentamento com tanta intensidade que nunca se deve dormir de novo. Ela cria fome. Dê a cocaína a um homem que já é sábio, estudado para o mundo, moralmente forte, um homem de inteligência e auto-controle. Se ele realmente for mestre de si mesmo, ela não irá lhe fazer mal algum. Ele a reconhecerá como uma armadilha: ele terá o cuidado de repetir experiências como conforme puder fazê-lo, e o vislumbre de seu objetivo pode, eventualmente, até mesmo estimulá-lo à sua realização por esses meios que Deus designou para os Seus santos.

Mas a dê para um estúpido, ao auto-indulgente, ao 'blasé' - para o homem mundano, numa palavra - e ele está perdido! Ele diz, e sua lógica é perfeita: 'Isto é o que eu quero'. Ele não conhece o verdadeiro caminho, nem pode conhecer, e o caminho falso é o único para ele. Existe a cocaína ao seu dispôr, e ele a usa de novo e de novo. O contraste entre sua vida de larva e sua vida de borboleta é amargo demais para que sua alma não-filosófica possa suportar; ele se recusa a tomar o sulfúreo como antídoto.

.....E eis que o poder da droga diminui a temíveis passos. As doses aumentam; o prazer diminui, efeitos colaterais, invisíveis no início, surgem, pois eles são como diabos com forquilhas de fogo em suas mãos.

...Uma única experimentação da droga não traz nenhum reação perceptível em um homem saudável. Ele vai para a cama no devido horário, dorme bem, e acorda fresco. Índios sul-americanos mastigam habitualmente esta droga em sua forma bruta, quando marcham, e realizam prodígios, desafiando a fome, sede e cansaço, mas eles só usam-na em casos extremos; e o longo descanso com comida farta permite ao corpo reconstruir seu capital. Além disso, selvagens, diferentemente da maioria dos moradores das cidades, têm senso moral e força.

ou seja,

Estranho né Crowley tipo, morde depois sopra, no que diz respeito ao uso do entorpecente ...

93,93/93

Ftt:

THIAGO CARDOSO

Cocaine - 1917

Comentário novo - 1921

No entanto, ele disse absolutamente a mesma coisa:

O homem livre consegue usar sem viciar, ele usa a droga e não se torna escravo dela, assim como você toma um sorvete e não se prende a isso. Melhor ainda, consegue usar a droga para fins espirituais (isso difere muito do Santo Daime?).

O homem comum usa a droga para fugir da realidade, para entorpecer, para enfiar sua cabeça na areia, ou se deixa dominar pelo vício, etc. Não sabe usar!

Eu acho que as pessoas têm muito preconceito. Falam de drogas (ilícitas) como se fossem o demônio, enquanto continuam tomando sua cervejinha e usando seus remédios sem problema algum.

Curioso ainda, o caso de uma colega de minha namorada... ela costumava comer chocolate todos os dias, a toda hora. Certo dia a empresa proibiu o consumo de alimentos durante o expediente. Conclusão: ela passou mal até que lhe deram um pouco de chocolate! E aí?

E o que é pior: muitas drogas não alteram seu estado de consciência, pelo contrário, as vezes melhoram... enquanto que uma cervejada te deixa completamente alienado.

93

Grande Alan....como sempre sábio...

só coloquei o texto exatamente por isso, Crowley deixa bem claro que existe cerca de dois tipos de pessoas que usam drogas as que sabem usar e as que não sabem é simples.

Um grande exemplo ele da no livro ..sobre as tribos indígenas que usam para não sentirem fome durante longos percursos...dentro outros....mas nunca se viciam ....

93,93/93

Fraternalmente:

THIAGO CARDOSO.

Nem toda droga gera vicio assim como nem todo vício é gerado por drogas sintetizadas fora de nosso corpo.

Documentário sobre o LSD

muito interessante, vale a pena assistir até o fim

http://www.youtube.com/watch?v=-ZmI3X4pkEA

http://www.youtube.com/watch?v=8Jfwukuo64w

http://www.youtube.com/watch?v=MHVsdSRR-aQ

http://www.youtube.com/watch?v=2VRAQqrLJXs

http://www.youtube.com/watch?v=L26FoC1ukhc

Repetindo a mensagem do outro topico sobre sexo:

[quote"Liber 71 ainda não traduzido] 14. Se a tua Alma sorri ao banhar-se ao sol da tua vida; se a tua Alma canta dentro da sua crisálida de carne e de matéria; se a tua Alma chora dentro do seu castelo de ilusão; se a tua Alma se esforça por quebrar o fio de prata que a liga ao MESTRE; sabe, Ó Discípulo, que a tua Alma é da terra.

Neste versículo o Estudante é exortado a indiferença a tudo que nao seja seu próprio progresso. Isso não significa que seja a indiferença do homem para as coisas que estão ao seu redor, como tem sido muitas vezes tão indignamente e perversamente interpretado. A indiferença que se fala é uma espécie de indiferença interior. Tudo deve ser aproveitado ao máximo, mas sempre com a ressalva de que a ausência da coisa aproveitada não deve causar sofrimento. Isso é muito difícil para o iniciante e, em muitos casos, é necessário que ele abandone os prazeres a fim de provar a si mesmo que é indiferente a eles, e pode ser ocasionalmente aconselhável mesmo para o adepto fazer isso de vez em quando. É claro que durante os períodos de concentração real, não há tempo para nada, mas seja qual for o trabalho em si, tomar para si, mesmo que o mais suave asceticismo como uma regra de vida é o pior dos erros, exceto, talvez, com respeito ao Asceticismo como uma virtude. Este último sempre leva ao orgulho espiritual, e orgulho espiritual é a principal qualidade do irmão do Caminho da Mão Esquerda.

"Ascéta" vem do grego άσκέο "trabalhar curiosamente, adornar, exercitar, treinar." O ars latino é derivado dessa mesma palavra. Artista, em seu melhor sentido do artesão criativo, é, portanto, a melhor tradução. A palavra tem sido degenerada em Puritana impureza.[/quote]

Caros, a droga serve como atalho, um auxílio pra deixar a vontade mais clara. com o tempo o iniciado deve se perguntar quem está usando quem? ele está usando a droga ou a droga usando ele. Basicamente isso, O todo não fez nada de imundo que não possa ser usado, como sabemos, a verdadeira vontade está além de tudo.

só pra lembrar, FAZES O QUE QUERES HÁ DE SER O TODO DA LEI.

Lembrando....

saiba o que quer primeiro!

TFA.'.

Tenho muito pouca pré-disposição a qualquer tipo de vício. O meu problema com determinadas drogas é o dia seguinte. Tem certas coisas que realmente me detonam.

Caros amigos,

Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.

Tópico extremamente interessante este sobre o uso de drogas. Acho que a primeira coisa que é necessária falar sobre o assunto é "Faze o que tu queres". Independente do processo místico ou mágico essa é a base de tudo. E esse faze o que tu queres é uma via de mão dupla, isto é, você faz o que quer, mas nunca retira outro alguém de sua própria órbita. Essa é a grande sacada, exercer o seu direito de fazer a sua vontade (e em último termo não há nada relacionado aos mistérios, é simplesmente fazer o que quer mesmo, como Therion já explicou) sem desviar outros (o que não quer dizer que paz e amor).

Quando o governo tira o direito do uso das chamadas drogas ilícitas ele tira o direito do indivíduo ser da forma que esse indivíduo deseja ser. Ele se torna tão vil quanto o indivíduo que rouba para comprar drogas. Sem contar o fato de que ele nos torna cada vez mais passivos, um rebanho "bem treinado".

Essa atitude cria o tráfico, como o puritanismo a prostituição, esses sim são contra nossa essência. Portanto, sou contra o uso de drogas a partir do momento em que existem traficantes envolvidos, a partir do momento em que minhas mãos serão mergulhadas em sangue, do contrário, simplesmente "não há lei além de faze o que tu queres".

Um ponto bem abordado é aquele que se refere ao vício e é óbvio que quaisquer vícios impossibilitam o crescimento do indivíduo, no entanto, essa abordagem não cria uma negativa, mas sim um porém para aqueles que não querem se entregar ao vício, como foi muito bem colocado pelo Alan em um post anterior. E temos sim que lembrar que a) não são só as drogas que causam vício e b) ninguém aqui está livre de todos os vícios.

Todo ato é um ato mágico por natureza e o que nós, Thelemitas, devemos ter em mente é o que queremos fazer e o que é necessário para fazê-lo. Reunir grupos de alcoólatras ou drogados e fazer uma pseudo-divulgação Thelêmica completamente ofuscada por esses vícios nem sempre trabalha pelo crescimento de Thelema. Mas criar uma visão puritana e passiva de Thelema é agir como um Irmão Negro e fazê-lo é agir contra o Æon. Rasgai aquele falso espectro dos séculos: não veleis os vossos vícios em palavras virtuosas: esses vícios são meu serviço; faze-os bem, e Eu vos recompensarei agora e no futuro. AL II:52.

Se existe um que quer se viciar, se entregar aos prazeres daqueles poucos minutos, qual é o problema exatamente para nós? Não teriam os escravos não tem o direito de servir? Se qualquer um de nós tirar esse direito, estaremos desviando a pessoa e não seria essa uma atitude do Æon de Osíres? O que também não quer dizer que não devemos nos ajudar mutuamente, já que estamos crescendo juntamente com o Novo Æon.

Não acho que isto cubra o assunto por completo, mas como disse no início, é um assunto extremamente interessante e de grande valor a todos nós.

Amor é a lei, amor sob vontade.

Um grande abraço,

Já que mencionamos o lado social da coisa, um aspecto importante a se considerar é o fato do cidadão ser obrigado a pagar impostos exorbitantes para o que o já deficitário sistema de saúde tenha que cuidar de pessoas viciadas, e pior, degradadas por uma vida de abuso e descontrole.

Porque uma coisa é a situação do cidadão que é alcoolatra ou dependente químico, por exemplo, e que resolve se ausentar seis meses do emprego para se tratar, honerando seu empregador, sua família e os seus concidadãos enquanto desfruta de assistência médica.

É péssimo? Sim, é.

Mas o detalhe é que ele É UM CIDADÃO, entende? Ele também paga pela saúde no tributo que arrecada, ele tem um emprego e uma família que se considerarem o custo/benefício deste processo acabarão vendo a vantagem nesta sua reabilitação (desde que ela se dê efetivamente).

Outra coisa é nós termos que amparar social e economicamente a irresponsabilidade de quem "joga contra", tendo que sustentar tratamento médico para ladão "fumador de pedra", que agora que anda perdendo os pedaços do pulmão resolveu posar de "coitadinho". Uma criatura que teve durante toda a vida como único intuito prejudicar e se aproveitar da sociedade para sustentar seus vícios.

Então pergunto: A quantos ele prejudicou direta e indiretamente e por quanto tempo? É ele digno de piedade? Devo eu me preocupar e conspirar para que ele continue existindo?

Que o indivíduo seja da forma como ele quiser ser. Se for de sua Natureza ser um pária ou um escravo, que seja. Mas que tenha a decência de arcar com as consequências de sua liberdade.

Amor é a lei, amigos... mas "Amor sob vontade"!

Caro amigo,

Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.

Uma ótima consideração a sua e concordo em gênero, número e grau! Em minha mensagem falhei em mencionar esses pontos, mas sem dúvida seja qual for o caso, cada um é responsável por suas próprias ações... O problema hoje na sociedade é tornar o "viciado" em vítima, o que ele não é, ele é o responsável por suas atitudes e nem o estado e nem a sociedade devem pagar por suas escolhas.

Um ponto interessante a ser avaliado é aquele que trata de retirar estrelas de suas órbitas, isto é, se eu onero o Estado de forma abusiva, o Estado irá onerar os cidadãos também de forma abusiva (apenas um exemplo) e com isso eu serei responsável (indiretamente) por todo esse abuso e de uma forma ou de outra, retirarei estrelas de seu curso.

Essas são questões bastante complexas e eu acredito que essas discussões são extremamente importantes para o crescimento desse pensamento e dessa corrente.

Amor é a lei, amor sob vontade.

Abraços,

Veja você...

Não muito a ver com o assunto, mas me ocorreu, e é interessante mencionar:

Minha própria concepção de Karma é justamente um conceito semelhante a essa série de desvios do Caminho que você menciona. Cria-se nesse caso uma situação coletiva quase como uma reação em cadeia. E este ciclo uma vez iniciado é dificil trazê-lo novamente ao controle.

Me faz pensar se aquilo que é passivel de descontrole, mais cedo ou mais tarde, fatalmente, não se descontrolará. Como é o caso do flerte com o vício.

Neste, mais do que em qualquer outro campo, é sábio afirmar que aquele que não é absolutamente "Senhor", é escravo.

Caro amigo,

Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.

Novamente você levantou um ótimo ponto e confesso que penso sempre sobre esse assunto, mas infelizmente até hoje não consegui produzir uma resposta que satisfizesse completamente minha dúvida original.

É fato que todas as nossas ações geram reações em cadeia as quais não podem ser controladas por nós. Muitas vezes nós simplesmente não somos capazes de conceber por completo tudo o que acontecerá ao tomarmos um determinado caminho. Não somos capazes de saber quantas pessoas serão afetadas por essas ações.

Algo que realmente me ajudou muito foi ler que "em última instância faze o que tu queres é literalmente faze o que tu queres", isto é, em última instância, o fator final de "desempate" seria simplesmente a Lei do Forte, que é a nossa lei e a alegria do mundo.

Talvez eu não possa medir completamente os efeitos de uma ação, mas certamente posso alterar os efeitos das ações de terceiros (em quase todos os casos) para comigo.

Não há como evitar a reação em cadeia, seja em qual nível for, mas talvez uma boa coisa seria a renovação de alguns conceitos do estado, da sociedade e do indivíduo, para que assim o resultado dessas micro-relações que geram grandes reações em cadeia, sejam minizados até o ponto em que cada indivíduo seja capaz alterar o seu próprio processo.

A questão geral é que olhamos as coisas de baixo para cima e não do contrário. E mesmo sendo Thelemitas, esse péssimo costume ainda persiste. O que é normal, já que estamos em nossos primeiros anos de vida. Ao revisar nossos conceitos, olhando as coisas do ponto de vista do Sol, conseguimos ir um pouco além, mas ainda somos muito jovens...

Mesmo pensando muito sobre o assunto, o mais próximo que realmente chego de alguma resposta é que em último termo o que realmente é a lei do forte. Em um ponto ou em outro o estado caótico e não linear de todas as relações em cadeia chegam simplesmente a isto, que é exatamente o que você descreveu com maestria: "Neste, mais do que em qualquer outro campo, é sábio afirmar que aquele que não é absolutamente "Senhor", é escravo."...

Sinceramente não sei se estou certo, meio certo, ou completamente errado...

Qual sua opinião sobre tudo isto?

Amor é a lei, amor sob vontade.

Abraços,