Em minha opnião a diferença entre o Jesus no imaginário católico e protestante (mesmo considerando suas inúmeras denominações) se deve ao fato de o protestantisto ter surgido no movimento provocado por rosa-cruzes e maçons da alta idade média. Eles criaram movimentos para a reforma em todos os setores da vida na época, na religião a Reforma Protestante, na Economia o surgimento da Burguesia, as Grandes Navegações, na Política lançou as sementes das Revoluções que destronariam reis, na Ciência o Iluminismo e o Empirismo, nas Artes a Renascença com o antropocentrismo, etc. Tudo isto com o objetivo de imprimir um movimento de progresso à sociedade, que necessariamente exigiria a asfixia do poder da Igreja sobre todos estes aspectos da vida e a derrocada daqueles que a apoiavam. Claro, esses maçons não eram como os de hoje.
Quanto ao protenstantismo criado pela reforma, creio que basta pensarmos que o direito de livre interpretação da Bíblia já era revolução suficiente para a época.
Acredito que devamos olhar nesta linha de pensamento se quisermos tentar entender a questão proposta no fórum. Todavia não posso deixar de mencionar que existem protestantes que vêem o Jesus dos católicos e vice-versa, e parafraseando Plotino, "devem existir tantos Jesus nos céus quanto fiéis há nas igrejas". E isto é diferente da egrégora de Jesus.
Agora pergunto o Jesus em que esta pessoa crê, cria um elemental - talvez até alimentado por toda uma igreja ou alguns dela, também não funciona como uma egrégora? ou como a imagem do deus? Eu creio que sim, não fosse isto seria muito complexo explicar a questão proposta no tópico. A egrégora de Jesus tem seu efeito sobre o seu fiel, mas não creio que seja única força a atuar sobre ele.
Gostaria de tratar agora da tese do Lorkshem, a correspondência de Kether, Chokmah e Binah com Pai, Filho e Espírito Santo, respectivamente. Bem, na literatura cabalística especialmente no Zohar, aparecem os termos Pai, o Noivo e a Noiva, que são a Face Maior (Kether, Chokmah e Binah) o Pai, a Face Menor (as demais sefiroth, com exceção de Malkuth) o Filho ou Noivo, e a Noiva (Malkuth). Segundo o Zohar, a Noiva se encontra afastada do Noivo e quando estes celebrarem as bodas, a alegria do Pai descerá sobre eles ( a Shekinah, o Espírito Santo), e ascenderão para habitar com o Pai (Kether). A Shekinah, Ruach ou Espírito Santo corresponde à Emanação da Força que constroe o Universo, semelhante ao conceito hindu do Prana. Conceber Kether, Chokmah e Binah como correspondentes à trindade de Deus seria semelhante a concebê-la como a trindade hindu, Kether - o criador, Chokmah - o mantenedor e Binah - o transformador (destruidor), ou seja, Brahma, Vishnu e Shiva, o que não creio que ser exato.