É de bom tom perguntar o grau de alguém dentro da A∴A∴?

Caso eu encontre alguém que faça parte da Santa Ordem, é falta de educação perguntar o grau daquela pessoa?

Não é falta de educação, mas a pessoa pode se sentir desconfortável com isso, porque existe uma convenção de que um membro da A∴A∴ nunca revela seu verdadeiro grau até que a outra pessoa também o tenha alcançado. Aleister Crowley explica isso melhor em uma carta enviada para Charles Stansfeld Jones (21/07/1916):

“Você não deveria revelar o seu [grau de] 8○=3□ para as pessoas; nunca, de maneira alguma. […] Desta forma, para cada Probacionista você é apenas um Neófito; para cada Neófito [você é] apenas um Zelator; e assim por diante. […] O meu caso é bastante peculiar. Eu fui escolhido por causa de minha habilidade literária, e me foi dito para escrever tudo no mais claro inglês, tendo em vista uma catástrofe à civilização conforme ocorrera.”

Essa regra não foi oficializada em qualquer instrução escrita, e o grau do próprio Jones e de outros membros foi revelado publicamente em algumas ocasiões. Hoje em dia alguns aspirantes da Ordem tem bem menos “pudor” sobre revelar seus próprios graus, mas na maioria dos casos observo certa discrição.

Acredito que o objetivo disso é evitar que os graus sejam “ostentados” como motivo de orgulho apesar de serem apenas marcos dentro de uma estrutura. Apesar dessa salvaguarda, também pode ocorrer o efeito oposto: alguém que está em um dos primeiros passos da caminhada pode querer ocultar sua junioridade afirmando não poder revelar seu verdadeiro grau.

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Acredito que o dyulax pontuou tudo muito bem. Não é falta de educação, nem algo proibido, mas creio que possa gerar desconforto ao indivíduo. Claro, isso vai variar de cada um. Faço coro ao que falou o dyulax, e também creio que o objetivo é evitar que os graus sejam ostentados como motivo de orgulho; também passível do efeito oposto por ele assinalado.

Creio que a melhor maneira de se descobrir é perguntando. Dificilmente o indivíduo que sentir-se desconfortável com a pergunta também o irá repreender por isso, mas simplesmente achará um meio de não responder e de se salvaguardar, se assim o desejar. Quem somos nós para limitar a curiosidade de alguém, ainda mais sendo nós mesmos grandes curiosos a respeito dos mistérios?

Qualquer um que esteja em um alto grau certamente tenderá a não ostentá-lo ou não vê-lo como um fator que deva ser usado nesse sentido – e talvez por isso ocupe o grau devido. Como toda regra, há exceções. Em regra geral é observado – novamente pontuado por dyulax – certa discrição.

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Um outro ponto de vista sobre o assunto também é o de quem pergunta tal informação. Pois na AA cada grau é um estágio de seu momento de vida diante de um caminho de consecução, e só vai fazer sentido propriamente dito àquela pessoa que está naquele grau. Sendo assim é até interessante refletir sobre quais as motivações essa pergunta vem à tona, pois no final das contas, fora uma boa conversa com alguma bagagem interessante, saber o grau de alguém em qualquer jornada não é de muita utilidade para outra pessoa, além dela mesma.

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