Gnosticismo e Cabalá

Olá a todos, sou novo por aqui...

Estou começando no conhecimento do ocultismo e esoterismo... e algo tem me dispertado muita duvida e confusão.
Pelo que compreendi, a cabalá corresponde ao conhecimento esoterico da tradição judaica.
O gnosticismo ou gnose, corresponde ao conhecimento esoterico do cristianismo primitivo.
Algumas fontes apontam inclusive que tais vertentes assim como o sufismo islamico, partiram de uma mesma fonte, sendo que em fontes sobre gnosticismo afirmam usar da cabalá...
Isso me causa muita estranheza uma vez, que pelo que entendi o gnosticismo/gnose afirma que o Deus do antigo testamento é um deus mau então não consigo compreender como tais tradições possam se harmonizar e partilharem conhecimentos em comum...

Gostaria de saber primeiramente se compreendi corretamente tais vertentes e como é possivel haver pontos em comum.

Agradeço desde já as respostas.

Todos os métodos que você falou ( Kabbalah e gnose) hoje em dia são coisas secularizadas. O que hoje é representado como Kabbalah e Gnose são distintos do que era na antiguidade. A Gnose não é cristianismo primitivo, mas sim uma vertente que procura buscar mistérios. A Gnose seria aplicações místicas que utilizam referências cristãs, originalmente na antiguidade. http://www.forbiddensymbols.com/marcionism/

Jacky, obrigado pela resposta.

Quanto a questão da gnose/gnosticismo acreditar que o Deus judaico seja um demiurgo mau, isso procede?

Se sim como é possivel algumas vertentes como Martinismo, O.T.O, F.R.A e outras ordens Rosa Cruz usarem da Kabbalah que é judaica ou seja fundamentada na Torah e ao mesmo tempo ensinamentos da gnose/gnosticismo?

Conheço mas não tenho afinidade com rozacrusianismo, assim, não sei te responder. Mas aqui um link do que talvez seria gnóstico (não original se não me engano). http://www.revelation2seven.org/WebPages/SideLinks/TheDivineChariot.htm
Procure sobre a biblioteca de Nag Hammadi e sobre abraxas.

Pelo que entendi, o demiurgo da teologia gnostica seria nosso proprio ego e não propriamente ao deus semitico como uma entidade separada... nesse caso então isso se aplicaria a qualquer entendimento exoterico de qualquer que seja a divindade.

A projeção e entendimento vulgar das divindades é uma experiencia falsa da divindade real, assim por exemplo, o culto vulgar das religiões, acabam por levar as pessoas a culturem o proprio ego...
Por isso o gnosticismo é harmonioso com a cabalá, visto que essa é o entendimento esoterico da divindade semitica.

Tal entendimento pode ser aplicado a qualquer tradição seja ela monoteista ou exotericamente politeista, pois em suma as divindade são simbolos das emanações do verdadeiro Deus que não esta separado de sua criação... logo tais emanações se manifestam através de nós mesmos.

Será que entendi corretamente?

Eu não sei dizer.

Pelo que entendi, o demiurgo da teologia gnostica seria nosso proprio ego e não propriamente ao deus semitico como uma entidade separada… nesse caso então isso se aplicaria a qualquer entendimento exoterico de qualquer que seja a divindade.

Esse é apenas um dos jeitos de se ver as coisas. Existem outros; todos estão equivocados.

A projeção e entendimento vulgar das divindades é uma experiencia falsa da divindade real, assim por exemplo, o culto vulgar das religiões, acabam por levar as pessoas a culturem o proprio ego… Por isso o gnosticismo é harmonioso com a cabalá, visto que essa é o entendimento esoterico da divindade semitica.

Eu não diria “falsa”, mas sim “parcial”, e teria cuidado com esse negócio de “divindade real” já que no sabemos se isso existe. Até então o que achamos que sabemos é que os homens criam os deuses tanto quanto os deuses criam os homens e a ordem com que isso ocorre é meramente uma questão de crença.

Tal entendimento pode ser aplicado a qualquer tradição seja ela monoteista ou exotericamente politeista, pois em suma as divindade são simbolos das emanações do verdadeiro Deus que não esta separado de sua criação… logo tais emanações se manifestam através de nós mesmos.

Outra vez afirmativas apressadas e novamente digo que convém ter cuidado com essa história de “verdadeiro Deus”. E mais uma coisa, ainda que admitíssemos que este “Ser” existe no sentido mais ordinário da palavra, pergunto: poderíamos inseri-lo na própria Criação assim tão sem sombra de dúvidas?

Crenças e certezas são traidoras e limitantes e a realidade não me parece ser una, mas múltipla.

aluvaia, muito obrigado pela resposta, mas acho que há uma certa confusão

Eu não questionei se a crença remete a algo real e sim se o que descrivi é realmente a teologia gnostica.

E como eu perguntar se os hindus acreditam que os seus milhões de deuses são emanações de um unico deus...

Não estarei afirmando que o panenteísmo seja verdade e sim questionando se os hindus são panenteístas...
Compreende?

Hummm... entendo.

Foi mal, achei que você estava afirmando que assim era.

Me dá um desnconto vai, já é madrugada... : )

"os deuses criam os homens"

Difícil entender de onde tiraram essa crença. Acho uma afirmativa pretensiosa.

Difícil entender de onde tiraram essa crença.

Imagino que seja do fato de tudo na Natureza, necessariamente, provir de algo dentro de um encadeamento lógico (ao menos dentro de uma lógica rudimentar). Também o fenômeno da vida e a capacidade de entendimento (ou desconfiança) de alguma transcendência daquilo que um dia foi vivo e agora já não é. Eis que daí surge a ideia de um Ente doador de um "sopro", algo que anima e que deixa de animar de acordo com Sua Vontade.

Acho uma afirmativa pretensiosa.

Toda afirmativa é pretenciosa; mesmo insinuações são pretenciosas. Aliás, até opiniões são pretenciosas. "Eu acho...** EU**, o grande achador de todas as coisas...". : )

Afinal de contas, o que é o ser humano médio senão um poço das mais aleatórias pretensões? O ego é lindo! Lindo como uma criança pequena brincando sozinha, descobrindo o mundo, dissimulando e tentando mentir pro pai... Pelo menos EU ACHO lindo... eu o, digamos, já não assim tão grande, quem sabe hoje "o médio", achador de todas as coisas. rsrsrsrsrsrsrs

Olha, eu convidaria qualquer simpatizante com a questão a pensar em um terceiro objeto, não antropomorfico de onde surgiram tanto os deuses como nós.

Na verdade eu penso que os homens e os Deuses podem ser fases ou estados diferentes da mesma raça. Lembrando que podemos por um segundo imaginar, de maneira hipotetica, que há algo que não siga o encadeamento lógico que você citou. E fariamos isso apenas como uma margem de erro (e simetria). Não é importante se isso iria ser incluso no que chamamos ou não de natureza. "Agregados de informações", que se parecem muito com personalidades certamente existem. No entanto a natureza que eu tenho percebido parece ser uma manifestação de padrões numéricos e geométricos. E com geometricos não estou me referindo ás coisas que os olhos podem ver, mas a certos aspectos simetricos da natureza. Mas pensando melhor, pode até fazer sentido que os homens tenham sido criados por deuses, acho que eu me voltei contra essa ideia por rapidamente associar a ideia de que deus teria criado o universo. São coisas realmente bem diferentes.

Olha, eu convidaria qualquer simpatizante com a questão a pensar em um terceiro objeto, não antropomorfico de onde surgiram tanto os deuses como nós.

Sim, e me agrada a ideia de associar esse "teceiro objeto" ao Caos, o Nada Primitivo, a Latência Absoluta, o Não-Ser.

Na verdade eu penso que os homens e os Deuses podem ser fases ou estados diferentes da mesma raça.

Sim, "deuses" é um termo bem genérico que podemos tanto atribuir a criações/projeções/emanações humanas, quanto ao Homem do Futuro, ou mesmo à uma evolução humana parlela à nossa e mais avançada.

Lembrando que podemos por um segundo imaginar, de maneira hipotetica, que há algo que não siga o encadeamento lógico que você citou. E fariamos isso apenas como uma margem de erro (e simetria).

Outra forma menos abstrata de se falar em Caos é exatamente fugir desse encadeamento lógico e partir para a concepção de uma ordem acausal, na qual existe aleatoriedade aparente, mas trata-se de uma outra Ordem regida por outras Leis.

Não é importante se isso iria ser incluso no que chamamos ou não de natureza. “Agregados de informações”, que se parecem muito com personalidades certamente existem. No entanto a natureza que eu tenho percebido parece ser uma manifestação de padrões numéricos e geométricos. E com geometricos não estou me referindo ás coisas que os olhos podem ver, mas a certos aspectos simetricos da natureza.

Não sei até onde isso pode ser encarado como "personalidade", mas uma das poucas certezas que tenho é de que a Natureza é toda Inteligente, e certamente muito maior do que a geometria ordinária de Euclides pode conceber.

Mas pensando melhor, pode até fazer sentido que os homens tenham sido criados por deuses, acho que eu me voltei contra essa ideia por rapidamente associar a ideia de que deus teria criado o universo. São coisas realmente bem diferentes.

Sim são coisas diferentes, e ambas são fragmentos de crenças; a Verdade é insondável.

"Não sei até onde isso pode ser encarado como “personalidade”"

Na verdade o processo de personalização certamente ocorre em nossa mente, por mais que involuntariamente.