Qual é a relação entre o Iluminismo Científico e outras formas de espiritualidade?
Qual é a relação entre o Iluminismo Científico e outras formas de espiritualidade?
É uma boa questão. E acho que as coisas dependem um pouco dos significados que atribuímos a essas palavras. “Espiritualidade” é um termo guarda-chuva muito amplo e muito vasto, portanto passível de ser interpretado como virtualmente qualquer coisa. Mas se delimitarmos o conceito como aplicável a todo conjunto de ensinamentos e técnicas com o intuito de conduzir o ser humano a ficar mais próximo de sua Essência, eu arriscaria dizer que toda metodologia amparada em experimentação iluminada – e não meramente dissecada – pela razão, se coloca dentro do campo do iluminismo científico.
E qualquer coisa que fuja disso, creio que não mantenha relação alguma com ele.
Entenda, não que eu afirme que apenas e tão somente o iluminismo científico tenha o monopólio do desenvolvimento espiritual. Acho que é uma questão de escolha. As coisas podem se dar – e muitas vezes se deram na história da humanidade – de forma mais empíricas e menos conscientes ou replicáveis. E tudo certo.
E tampouco se deve esperar que o iluminismo científico seja uma fórmula aplicável a todos de maneira cegamente normatizável. Experiências são coisas muito particulares e tem lá seu empirismo. Mas ele conta com duas grandes vantagens:
a) ele é verificável no que tange aos resultados – mesmo apesar das prováveis diferenciações, sucessos e fracassos podem ser minimamente, digamos, “auditáveis”– ao menos até certo ponto dentro da caminhada iniciática;
b) e, talvez até mais importante do que isso, ele nos faz deixar um legado para quem vem depois de nós.