Guthiere,
O que eu expus sobre Eliphas Levi é apenas uma visão particular minha do livro exposto,não devendo ser tomado como uma crítica absoluta do tema,mas fico feliz por sua discodância de alguns pontos que mostrei,confirmam algumas correlações semelhantes as suas que achei na obra.
Quando eu disse massante,deve se entender que é exaustiva a leitura da obra para que nunca esteve habituado a ler um tratado de magia avançado,como é o caso da obra em questão para os iniciantes.Eu tiro por mim,que tenho uma longa ligação com a obra,cuja leitura inicial se deu por volta dos meus 15 anos e continua até hoje.
A linguagem utilizada pelo Levi é pesada em se tratando da formação educacional dele,que foi estritamente teológica,tendo textos que,no frigir dos ovos,são muito subjetivos.Diferente de outros magistas e suas obras,como Papus,que tem formação científica como médico e em suas obras assume um tom mais objetivo e esclarcedor.
Quanto aos erros nada tenho a expor do que eu já falei anteriormente,até porque serviu de base para atualização posterior em estudos pessoais de cada um.O problema é a visão um pouco deturpada quanto a magia em geral ainda carregada de supertições do período medieval que não foram colocadas de forma proposital para testar o estudante,mas justamente porque realmente era o que o autor da obra cria,beirando a certas galhofas como:
"O que é preciso para se ter sucesso nas invocações infernais(nota minha:entenda-se por goétia):
1º-Uma teimosia invencível
2º-Uma consciência ao mesmo tempo endurecida no crime e muito acessível ao remorso e ao medo
3º-Uma ignorância aparente ou natural
4º-Uma fé cega em tudo que não é crível
5º-Uma idéia completamente falsa de Deus
É preciso depois:
Primeiramente ,profanar as cerimônias do culto no qual se crê(...)jejuar durante quinze dias,fazendo uma só refeição(...)de pão preto e sangue temperado com(...) ervas leitosas e narcóticas(...)"
...dentre outras sandices que,se seguidas à risca,podem prejudicar seriamente o estudante e praticante.
Sem falar que ele dá muitos rodeios com algo do tipo "magia negra é expúria e jamais irei lhe ensinar...no entanto,eis aqui um exemplo de 'magia negra' em detalhes que você não deve fazer".
E não é somente no Dogma e Ritual que se lê essas "pérolas",no próprio História da Magia escrito também pelo mesmo ele subverte as outras crenças como totalmente expúrias sem dar o devido crédito a elas e sob alegativas falsas e imprecisas,como os mistérios iniciáticos do hinduísmo e dos mistérios órficos.
Até mesmo as operações de evocação dele se provam falhas(mais falhas até mesmo que os contatos mediúnicos do espiritismo tão criticado por ele),como o fracasso da evocação do espírito de Apolônio de Tiana(que podia ser muito bem um cascão astral sob comando elemental ou espírito de natureza similar que o "ajudou"),cujas dicas para o sucesso na empreitada que ele mesmo escreveu depois são puro bakthi-yoga e assunção de forma divina que podem levar o magista ao erro.
E todo esse causo contado por ele,num clima de mistério romanceado que nada teve de brilhante,porque pelo que ele expunha em suas obras era apenas um conhecimento teórico do assunto herdado de seus estudos pessoais baseados na tradição magística medieval ainda carregada de supertições.
Para maiores referências quanto a biografia desse ilustre personagem,sugiro a leitura do livro Magia,de Francis King,Ed.Del Prado.
Inté,
K.