Sim, há.
Afirmação forte. Meio difícil argumentar contra a certeza, mas vamos lá...
Você encontrará a descrição dessa verdade em muitas tradições ocultistas, esotéricas, espiritualistas, etc. Como seguramente suponho que o amigo já tenha estudado pelo menos superficialmente muito desse conhecimento, me limito a dizer que essa “verdade” nada mais é que nossa natureza espiritual, que se consiste na visão ampla do todo, não apenas de nossa história multidimensional (encarnações anteriores e vidas nos planos internos) mas da ligação da consciência superior com todo o universo.
Há quem duvide dessa nossa “Natureza Espiritual”; eu, por exemplo. Entretanto, como sou um homem de fé, dou um voto de confiança ao fato de Ela existir; ainda assim, não acredito na capacidade humana de alcançar conhecimento suficiente sobre isso a ponto de tornar esse tipo de informação um legado. E, tendo de fato lido, ainda que talvez superficialmente, sobre esses conceitos ditos “ocultistas, esotéricos e espiritualistas”, li o suficiente para me maravilhar e acreditar piamente neles por muitos e muitos anos... para então, num processo que começou minúsculo e se inflacionou, começar a duvidar deles a ponto de refutá-los hoje por absolutamente não reconhecer neles a autoridade que reconhecia antes. Mas enfim, essa não é a questão.
Seja como for, como lhe disse, ponho fé no fato de existir uma Verdade, no entanto, uma Verdade observável pressupõe necessariamente uma dualidade (observador e objeto observado). Será possível o conhecimento da Verdade senão pela via da Unidade?
Isso depende de como se dá a utilização dessas percepções. Realmente, as realidades suprassensíveis são abstratas e operam em parâmetros não-tridimensionais e multidimensionais que são não-conversíveis para a linguagem escrita e falada. Tanto é que se utiliza símbolos geométricos em muitas tradições, porque é uma outra forma de comunicação menos limitada. Ela serve, porém, a diversos tipos de aprendizados individuais nos planos internos. As aplicações desses ensinamentos são os mais variados e novamente essa minha visão carrega implicitamente um sistema de crenças.
De toda forma, quaisquer informações que permaneçam na mente inconsciente permanecerão inconsciente, ou seja, alheias ao registro daquilo que “sabemos”. Para que façamos proveito delas necessitamos trazê-las à tona. Símbolos são a própria linguagem do inconsciente já que imagens são muito mais antigas do que a linguagem falada, serão sempre representativos de ideias ou de sentimentos.
Essa percepção serve principalmente para nos provar que esse mundo não é tudo que existe, que há outras realidades invisíveis para nós. O nível dessa percepção depende é claro do tipo e da profundidade da experiência, mas uma vez experimentado as raízes das dúvidas são poucas, embora o livre arbítrio seja soberano.
Na verdade não estou nem discutindo se há, ou não, “outras realidades”, mas se elas são, de fato, “realidades”. Não discuto que existam pessoas que passem por experiências semelhantes entre si (sem entrarmos agora no mérito do modus operandi), e que elas acreditem ter visto um tesouro no final do arco iris, o que eu digo é que talvez seja só mais uma ilusão, e que o arco colorido seja um fenômeno de refração da água da chuva e sem pote de ouro algum no fim.
Eu compreendo que quando se quer acreditar, "as raízes das dúvidas são poucas". E entendo também que quando não se quer, qualquer vírgula é motivo para dúvida. Mas o que eu estou dizendo é que tudo o que é fenomênico é ilusório, ao passo de que tudo o que foge do campo da fenomênica foge também da nossa capacidade de observação e experimentação. E não estou nem falando do físico grosseiro e nem mesmo daquilo que chamam de "projeção" astral, que na minha opinião não é projeção coisa nenhuma... mas enfim.
Existem até alguns testes em laboratório bem sucedidos sobre projeções astrais e percepção extra-sensoriais, o que indica que não é algo que não possa ser provado em uma situação de comunicação direta com o plano físico.
Como disse, não estou falando sequer de projeção astral, estou falando de algo muitíssimo mais sutil.
A Criação começa e termina em mistério. Porém, se observados padrões diversos, sejam físicos ou metafísicos, percebe-se que eles se organizam e se ordenam de maneira geométrica e matemática. Isso indica uma ordem implícita, mesmo no aparente caos. Aonde eu quero chegar é que mesmo nos mistérios e nas realidades abstratas percebem-se leis que regulam tudo para que a existência e a experimentação possa ocorrer.
Concordo. Existe (ou parece existir) uma Ordem, uma Inteligência, um padrão; processos impessoais, não absolutamente perfeitos aparentemente, mas completamente funcionais dentro do que se propõem.
Na verdade, a realidade é usada pela consciência, assim como o cenário de um jogo é usado pelo jogador. Em última instância, tudo que existe é a própria consciência pois tudo está contido nela mesma.
Sim, de acordo.
Sim, é possível. A via é o amor. O propósito dessa matrix é encontrar os caminhos do amor da maneira mais “livre” possível (no sentido se não saber a verdade espiritual por mim referida acima, pois não existiria sentido em jogar um jogo com “cheats”). Essa é a razão de existir um véu.
Até acho que seja possível e até posso entender que o Amor seja uma via, mas não sei se estamos falando da mesma coisa e, francamente, se começarmos a falar em Amor, acho que a conversa vai longe, daria margem até para outro tópico inteiro exclusivo para o assunto.
Sobre querer sair dela, primeiro é preciso saber que se está em uma matrix. Por exemplo, alguns vivem para ganhar dinheiro e para aumentar todas as posses e passam a vida em busca disso, pois sua realidade consensual é a de que esse mundo é tudo que existe. Já outros buscam por algo maior, a maioria está aqui nesse fórum porque busca algo maior que esse mundo. Pode-se dizer que todos esses vêem (mesmo que não experimentalmente) além da matrix.
Mais uma vez acho que depende muito do significado que estamos dando para o termo; se estamos falando “desse mundo” e da realidade consensual, acredito que sim, muito de nós vemos além da Matrix. Se estamos falando de uma Realidade além de toda e qualquer ilusão, creio que nem um de nós foi capaz de qualquer tipo de aproximação conceitual.
O véu é semipermeável. Isso depende do nível de desenvolvimento do médium. Alguns vêem (aqui não me refiro apenas a clarividência) camadas etéricas e astrais. Outros se lembram de todas as vidas passadas. É algo bem relativo.
Como lhe disse, acredito que seja uma infinidade de véus; alguns podem ver através do primeiro, uns poucos além do segundo, meia dúzia na história da humanidade através do terceiro... mas e depois? Não acho que seja uma questão de “ver”, entendo que o que não se pode experimentar senão pela via da Unidade, é ilusão. E não tem como tornar-se Uno com o Todo (ou o Nada) e voltar pra contar história.