Reza a lenda que essa frase foi originalmente dita por Hassan ibn al-Sabbah, O Velho da Montanha, e modernamente foi adotada por grupos dedicados à emergente corrente magica do caos, Illuminates of Thanateros, esses caras... Mas enfim, isso importa pouco.
Dizer que nada é verdadeiro é assumir a "não-verdade" como uma verdade, e isso é paradoxal; mais razoável seria dizermos que se existe uma verdade, ela é aparentemente indistinguível de qualquer "não-verdade", ela é ininvestigável, dada a nossa imersão no universo fenomênico, causal, sensorial, etc. Sendo assim, nos restam algumas opções, como por exemplo, assumir que uma vez que não somos capazes de identificar uma verdade verdadeira, mesmo que ela esteja a um palmo dos nossos narizes, devemos (ou podemos, simplesmente) nos satisfazer com a afirmação de que não-verdades, ou verdades aparentes, podem servir aos nosso propósitos, sejam eles, e elas, quais forem. E isto nos dá uma liberdade perigosa (e qual não é?!). Claro que não é tão simples assim, nunca é...
Já a questão da permissividade condicionada à afirmativa da inexistência do verdadeiro, ela é tão abrangente quanto a capacidade de crença do agente, ou seja, eu restrito apenas por mim mesmo e por aquilo em que acredito. Dentro da esfera humana só não é permitido aquilo que é impossível, me refiro àquilo que as próprias Leis da Natureza aparentemente impedem.
Posso bater os braços e voar feito uma andorinha? Não, não posso, por mais que eventualmente cresse que sim. Ao menos não nessa nossa atmosfera rarefeita.
Posso roubar, matar e destruir? Posso, desde que esteja disposto a fugir ou a pagar ou preço caso me peguem. Devo fazê-lo? Ai é uma questão de crença. Repito: eu, restrito apenas por mim mesmo e por aquilo em que acredito. Se esta é a vida que eu quero, que seja, mas aí entramos em um assunto bastante mais profundo, que é a questão da liberdade (a minha e a do outro) e da vontade. O primeiro estágio do contrato social não é social, é íntimo; eu aceito cumprir com a minha parte, ou isso me violenta me levando a um ponto de ruptura?