O Absurdo e a Discordia

´´ Não é o mundo que é absurdo, nem o pensamento humano: o absurdo surge quando os humanos precisam entender a satisfação para irracionalidade do mundo, quando "o meu apetite para o absoluto e da unidade" complementa "a impossibilidade de reduzir o mundo a um princípio racional e razoável".´´

...

"Era uma casa muito engraçada não tinha teto não tinha nada

Ninguém podia entrar nela não porque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na rede porque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer xixi porque pinico não tinha ali

Mas era feita com muito esmero na rua dos bobos número zero
Mas era feita com muito esmero na rua dos bobos número zero"

..

...Não faz sentido procurar sentido...

..

Se formos partir deste princípio do Absurdo, toda Thelema e tudo o que conhecemos se invalida. Mas será que, o último grau do conhecimento é o ZERO ? É o entendimento que todo o conhecimento não nos leva para lugar nenhum, mas que a jornada em busca dele é o que nos gratifica e nos faz sermos quem somos ?

Quando ouvimos, lesmo.. para não levar as coisas muito a sério, e NADA é o que parece..

All the noises fucking shit happened.

Como eu pude esquecer de complementar com este belo statement,

"Todo homem, toda mulher e toda criança são um Papa"

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ΚΕΦΑΛΗ ΞΘ

THE WAY TO SUCCEED-AND THE WAY TO
SUCK EGGS!

This is the Holy Hexagram.
Plunge from the height, O God, and interlock with
Man!
Plunge from the height, O Man, and interlock with
Beast!
The Red Triangle is the descending tongue of grace;
the Blue Triangle is the ascending tongue of
prayer
This Interchange, the Double Gift of Tongues, the
Word of Double Power-ABRAHADABRA!-is
the sign of the GREAT WORK, for the GREAT
WORK is accomplished in Silence. And behold is
not that Word equal to Cheth, that is Cancer.
whose Sigil is ♋?
This Work also eats up itself, accomplishes its own
end, nourishes the worker, leaves no seed, is per-
fect in itself.
Little children, love one another!

COMMENTARY (ΞΘ)

The key to the understanding of this chapter is given
in the number and the title, the former being intelligible
to all nations who employ Arabic figures, the latter
only to experts in deciphering English puns.
The chapter alludes to Levi's drawing of the Hexa-
gram, and is a criticism of, or improvement upon, it.
In the ordinary Hexagram, the Hexagram of nature,
the red triangle is upwards, like fire, and the blue
triangle downwards, like water. In the magical hexa-
gram this is revered; the descending red triangle is
that of Horus, a sign specially revealed by him per-
sonally, at the Equinox of the Gods. (It is the flame
desending upon the altar, and licking up the burnt
offering.) The blue triangle represents the aspiration,
since blue is the colour of devotion, and the triangle,
kinetically considered, is the symbol of directed force.
In the first three paragraphs this formation of the
hexagram is explained; it is a symbol of the mutual
separation of the Holy Guardian Angel and his client.
In the interlocking is indicated the completion of the
work.
Paragraph 4 explains in slightly different language
what we have said above, and the scriptural image of
tongues is introduced.
In paragraph 5 the symbolism of tongues is further
developed. Abrahadabra is our primal example of an
interlocked word. We assume that the reader has
thoroughly studied that word in Liber D., etc. The
sigil of Cancer links up this symbolism with the number
of the chapter.
The remaining paragraphs continue the Gallic
symbolism.

Ethar,

Esta jornada que se refere é o princípio da filosofia de Thelema ? Pelo que eu entendi é o entendimento de como entendemos o que entendemos.. mas não de forma intelectual e sim espiritual ?

(Comentário removido pelo administrador)

Ethar,

Obrigado.
Pode compartilhar sua interpretação do Psalm 69?

Existe alguma relação entre Thelema e a Discordia ou estou me equivocando ?

(Comentário removido pelo administrador)
(Comentário removido pelo administrador)

Ethar,

Obrigado pelas respostas.
E você achar que existe algum sentido nisso tudo ? A Thelema realmente contribui para algo em sua vida ? Você vive feliz ? É estranho que o homem que tanto falamos e baseamos muitas de nossas crenças morreu sozinho, drogado e em condições precárias.

Licença Colegas,

Permitam-me dar minha opinião sobre o assunto conforme entendi.

Primeiro gostaria de falar algo sobre o "Sentido" (o propósito, o caminho, o destino etc). Parece-me que podemos formular a questão da seguinte maneira: Há um Sentido. Não há um "Sentido". E o "sentido" é a gente que faz. Primeiramente, pode haver um sentido, ou seja, um sentido momentâneo, a "Verdadeira Vontade" por exemplo, o caminho, assim como qualquer existente em uma certa circunstância cumpre certas determinações devido ao seu modo de ser e em que ambiente está inserido (ambiente cósmico, nossa Terra), ou seja, as arvores crescem, os animais se alimentam e fazem sexo, tudo morre etc, e isso são sentidos (destinos e caminhos). Então há um sentido momentâneo devido a certa configuração dos elementos nesta particularidade de mundo. Mas, parece que falta o Sentido Total, Universal. O Universo não possui uma teleologia. Lembrei-me de um capítulo do "Cordis Cinct Serpente" onde é dito: "não há de onde e não há pra onde", há uma jornada sem fito definido, "traz aborrecimento quem quer chegar em alguma lugar". Isto diz respeito a Totalidade do Ser. O Universo não é um roteiro definido. No Liber Ararita, ao se analisar o hexagrama deus se mostra de inúmeras formas e contradições e diferenças, sempre indo além rumo ao Nada. Então, sendo assim não há um sentido cósmico. (Eu tendo a dizer que o "sentido" cósmico é a multiplicação ao infinito de todas as possibilidades e formas e situações e seres e mundos e universos que se esparramam e crescem no corpo infinito do espaço infinito, multiplicando-se nas mais variadas formas eternamente sem "de onde e para onde"). Então, o que me faz remeter a terceira maneira de se entender, ou seja, o sentido é a gente que faz. Nietzsche, um filósofo alemão, fala-nos sobre o Niilismo, um ausência de sentido, mas este mesmo filósofo vai nos dizer que se falta um sentido nós devemos inventar um para nós para a vida não se tornar pessimista e decadente. Acredito que a ausência de sentido (caminho) para um Thelemita, só pode ocorrer quando ele descobriu o caminho (V.V). Aquilo que citei no começo deste texto. O Thelemita só pode abandonar e ir além do caminho (V.V), depois que o descobre e cumpre, sendo que este caminho diz respeito a um arranjo cósmico dos elementos nesta circunstância que o elaboraram tal qua ele é.

Sobre o Zero. Bem, como dito, ele está além do conhecimento. Tendo a separar o conhecimento do entendimento. Acredito que conhecer é saber a verdade sobre algo (algo, filosoficamente falando, bem difícil, alguns diriam impossível); e entender é algo além da Razão, além do pensamento ou da interpretação. Entender não é conhecer, pois conhecer é formular uma proposição, quem entende vai além da proposição, que é uma interpretação limitada da razão humana em um momento histórico. Por isso a Maldição do Mago é "pregar" a sua lei para aprisionar a alma dos Homens, e ele não gosta disso pois sabe que toda palavra da Razão é mentira, mas ele deve dize-la mesmo assim. "O sábio contou os músculos do trabalhador e não entendeu. Ceifa e Regozija" (algo assim, estou citando de cabeça o "Cordis Cinct Serpente", mas não me lembro direito onde). O que nos leva ao parágrafo I.44, do Liber Al, conforme nos lembrou Ethar, que nos diz para realizarmos nossa tarefa sem pensarmos sobre isso. Relaxe e trabalhe. Cumpra seu destino despreocupado para onde ele está te levando. Ceifa e Regozija. Ou não se regozije nada, pois o prazer também é uma ordália. "E o que é, é contrabalanceado por débeis prazeres" (Liber Al, se não me engano) (desculpem, estou lembrando de frases relacionadas ao assunto e estou citando). Voltando ao Zero, o Louco é o caminho do Mago ao Ipsissimus. Acho interessante o título "O Louco", realmente acho que ele está além do conhecimento, da verdade, da proposição, do caminho e não precisa mais buscar nada, ou realizar nada, ou fazer magia, simplesmente vive de qualquer maneira. De qualquer maneira, brincando talvez, despreocupado com deus, destino ou dinheiro, brincando de morrer (divagando).

Sobre o Absurdo. Bem, adoro o absurdo (e o que importa eu?). O inexplicável. O fora do comum. O espanto. O, "meu deus como isso é possível?". A vida deve ser rodeada de absurdo. Lembrei-me de uma carta do Crowley em "Magika Sem Lágrimas", que fala sobre o "Ato da Verdade", quer algo mais absurdo que aquilo? Bem, acredito que uma vida maravilhosa é uma vida de absurdo e relances inexplicáveis e fantásticos cheia de sincronicidades espetaculares onde a pessoa não faz nem Magia. Com a Besta disse uma vez não sei onde: "Dei-me o Absurdo".

Sobre a Discórdia, acho que "devemos lutar como irmãos", dentro de nós mesmos ou com os outros. Mas, também acho que a harmonia é o casamento das discórdias, onde o Universo é revelado como um cristal perfeito, dentro de suas incontáveis contradições e diferenças e caminhos.

Sobre o § 69, do Liber 333, que fala de um modo prático do Hexagrama (que é como chupar ovos). Acredito que tenha uma conotação prática de Magia Sexual, se entendermos os trocadilhos dignos do Leonino Crowley. Mas, sobre o que eu não sei eu calo; embora suspeite muito bem. É uma forma prática de entender o Hexagrama. Uma outra forma é aquela presente no Liber Ararita.

Sobre Thelema e a felicidade, e o Crowley. Bem, a pergunta foi direcionada a estrela do Ethar. Quanto ao Crowley, só acho que não se deve confundir um drogado (aos modos de Crowley) com alguém triste e decadente (pois ele não encarava as drogas assim, pelo menos me parece, a não ser quando ele tentava parar, dai mostraria uma insatisfação de si para consigo mesmo, mas ele largou mão disso no final das contas, de tentar parar). Mas as drogas são chaves importantes para o autoconhecimento e autoanálise, que todos os homens deveriam experimentar para se testar e descobrir (isso não é uma apologia, é um comentário, faça o que tu queres). Algo que não deveria ser negligenciado por um thelemita, pois Hadit fala-nos sobre as drogas; e o profeta usava estes meios também (isso não é uma apologia, é um comentário). Então não confundir um "drogado" com um decadente. E, de igual forma, não confundir Crowley ter morrido falido como uma falta de realização pessoal. Ele gastou todo seu dinheiro e energia na Grande Obra e excedeu ao máximo as possibilidades. Quando acabou seu dinheiro e possibilidades ele cumpriu-se, ou morreu, pois "a morte é a coroa de tudo". Sobre morrer sozinho, leia o paragrafo antes deste que você citou do 333......Layla era muito gostosa, e aquela comida que ele comia naquele restaurante deveria ser muito boa. :).....mas estou citando o percurso já feito por uma estrela morta. Não tem como saber o Coração do Crowley sobre isso. Mas se ele estava insatisfeito durante sua morte, foi um erro de interpretação do seu ego. Pois, parece-me que ele cumpriu a Obra.

O amor é a Lei, amor sob Vontade.

(Comentário removido pelo administrador)

Este tópico em si é a resposta pra primeira pergunta, absolutamente nada na vida faz sentido!

Apenas o sentido que você quiser dar.Porém a maioria de nós como a maioria absoluta dos membros deste fórum estão aprisionados pela racionalidade mundana, esta que nos ensinaram desde criança a ter e não por percepções de uma mente livre .

Uns escrevem muito e filosofam pra não dizer absolutamente nada de relevante e prático , outros escrevem como se soubessem tudo e como se a magia fosse uma ciência exata.

O único sentido que a vida pode fazer é quando você se libertar desse mundo mentalmente, ou seja atingir o Samadhi ai talvez você seja capaz de ser livre de verdade. Então medite tentando fazer sua mente alcançar o zero de racionalidade mundana , talvez ai você alcance energia e outras percepções para ser capaz de entortar um raio, ou voar livremente por ai.

O problema dos loucos é que querem viver nos dois mundos racionalidade e liberdade, só se atingirem a liberdade, o zero absoluto , o não desejar , e seguir o anjo inteiramente é que poderão viver em paz.