Existe algum conceito peculiar de “ego” em Thelema? Por exemplo, fora dela, temos o freudiano e o coloquial. Se sim, qual é e onde e quando surgiu essa particularidade? Se não, em qual das duas acepções é usado o termo em Thelema (o freudiano ou o coloquial, que tem um sentido semelhante a “autoestima excessiva”), ou é usado em ambas?
A pergunta se dá porque vejo muito essa palavra sendo utilizada no meio thelêmico (bem, não só) e muitas vezes o sentido oscila entre uma e outra acepção. Por exemplo “dissolução do ego” e “olha o ego de fulano falando” (que vejo em muitos comentários, digamos, “implacáveis”).
Ainda, é para que eu possa entender, também do ponto de vista temporal, se há alguma relação entre a teoria apresentada por Freud em 1923 e Thelema.
Ele começa com as duas definições justamente por causa dessa ambiguidade:
Ego: é o ego de acordo com o Jung, o "eu" que vai na loja, vai pro trabalho, etc. o "eu" do dia-a-dia
Self: é o verdadeiro centro do nosso ser, do qual não estamos conscientes por padrão. Nós nos tornamos mais consciente dele através do desenvolvimento espiritual, psicoterapia, etc.
De acordo com ele, o Ego seria o mecanismo pelo qual interagimos com o mundo. Nós precisamos dele, ele é essencial para sua função, ele nunca vai "desaparecer" ou "ser aniquilado". O problema é que ele é limitado e nos dá essa ilusão de que somos um ser separado, que existe uma divisão de dentro/fora, mas nós precisamos disso para funcionar como seres sociais. Precisamos disso para dirigir até a padaria.
Não tenho tempo agora para resumir a parada toda, mas ele segue adiante falando dos problemas do Ego e o que seria essa tal "aniquilação" que ocorre entre o 7=4 e 8=3, etc.
Achei um pequeno texto bem interessante sobre as relações do ego com o self que, inclusive, traz alguns conceitos até bastante usuais entre nós, tais como a identificação do self com "anjo/demônio" pessoal, e também a "morte" e "inflação" do ego.
E pra quem tiver paciência para tanto, encontrei também um artigo científico que trata do conceito de Self (e ego, de carona), traçando diferenciações entre as visões psicanalistas e construcionistas sociais... Eu até tentei ler, mas não rolou, achei chatíssimo!!!
Na minha pequena concepção tudo são deuses. Nós somos deuses menores e os egos também são deuses e menores, mas que habitam em nós. Não devemos expulsá-los, aniquilar ou expulsar. Devemos conhece-los.
Esses deuses brigam para tomar a supremacia da sua vida. Cada um tenta dominar você nas áreas que bem querem e entendem. Uns alimentam a mentira, outros o sexo desregrado, outros desejos impróprios e assim sucessivamente. Eles querem ser o Deus primordial onde por diversas vezes leva você ao Caos e ao Fracasso.
Uma analogia bem simples sobre o ego está descrita na bíblia no Profeta Isaías 14:14 onde é narrado: 'Subirei aos mais altos montes do Céu (que está dentro de você) e serei semelhante ao Altíssimo, ou seja o Deus de sua supra consciência.
A bíblia é toda codificada e várias analogias.
Veja outra analogia onde o próprio Cristo foi ao deserto. Ele não foi para ser tentado por nenhum diabo. Embora a história não tenha sido verdadeira,a mensagem deixa clara que ele foi conhecer os principais deuses (demônios/ego), aqueles que em resumo traduz tudo. O da concupiscência da carne, o da concupiscência dos olhos e o da Soberba da Vida. Estes são os chefes das hostes que habitam em nós. Temos que conhece-los, e colocá-los em seu devido lugar.