PRIMEIRA PERGUNTA: Caros Magos, o transe incompleto que se procura em Magia tem como finalidade deixar que um ser mais sábio que nós se comunique conosco?
Não. O transe, ou quaisquer estados alterados de consciência em magia enquanto finalidade prática, tem como meta principal driblar o censor psíquico, ou o que entre aspas está descrito como “permitir um trabalho eficiente dentro deste paradigma ou modelo de explicação”.
Uma meta secundária pode ser a tentativa de comunhão com este ou aquele princípio a partir sempre, acredito, de uma conexão interna. Não necessariamente um “ser mais sábio”, pois em nós em essência, hipoteticamente falando, deveria residir toda a sabedoria do Universo, já que não seríamos apenas Centelhas Divinas, mas também uma espécie de "antena", permanentemente conectados com o Todo, influenciando e sendo influenciados sensivelmente o tempo inteiro.
SEGUNDA PERGUNTA: Qual é o papel do transe completo na Magia ?
Trazer “para fora” algo que está submerso e permanece desconhecido, uma parte constituinte de você que ainda é como um apedra bruta e, portanto, menos contaminada pelo ego (ainda que não totalmente, creio). É conhecer a si mesmo e tentar dar expressão a um princípio que alguns acreditam estar mas próximo daquilo que somos e que nos aproxima do Divino em nós mesmos. Entretanto, para fins práticos em magia propriamente dita eu entendo que não tem muita serventia.
No fim do artigo: [1] Uma exceção à regra de trance não-completo é feita pelas chamadas “religiões de possessão” que podemos observar predominando em algumas culturas: Vodu, Macumba, etc.
Peço a vocês que me esclareçam.
Faz referência a essa parte do texto: "É importante lembrar que o trance mágico geralmente não tem nada a ver com o trance hipnótico completo no qual a vontade da pessoa hipnotizada é em sua maior parte desligada ou controlada por outra pessoa. Isso também violaria a afirmação “em conformidade com a vontade”, porque aqui nós significamos uma vontade clara e consciente [1]."
Nessa explicação o autor diferencia o transe hipnótico ordinário do transe equivocadamente chamado de "transe de possessão".