Difícil falar qualquer coisa a respeito sem apelar para a própria opinião, exceção feita apenas ao satanismo, já que dele temos como encontrar fontes por tratar-se de uma “religião” que existe. Seja como for, vamos lá…
Anticristo: Suponho que não esteja se referindo à obra homônima de Nietzsche, e nem tampouco ao filme do Lars Von Trier (bem legal por sinal), mas ao próprio, em carne e osso. E nesse caso, devo dizer que este ser não existe. A figura do Anticristo pode até ser entendida como uma alegoria interessante dentro do caminho iniciático quando tomada como um contraponto equilibrador aos impulsos Crísticos, mas sempre em um contexto individual, entretanto não é essa a questão aqui levantada, creio. O Anticristo é só um dos personagens do Apocalipse de João, que é apenas um dos vários livros de "revelações" que profetizam o fim do mundo. Teóricos da Conspiração podem até tentar encaixá-lo aqui e ali, dar nome aos bois, mas eu me manteria bem cético com relação a isso.
Satanismo: É uma religião, ou melhor, um conjunto de religiões que se diferenciam entre si. Existe, até onde eu sei, o Satanismo Tradicional e o Satanismo Moderno; o primeiro assemelha-se mais a uma religião posto que reconhece uma Divindade e se propõe a elevação do ego humano ao status dessa Divindade; já o último está mais para uma corrente de pensamento ateísta bastante mais centrada na matéria e na satisfação dos desejos. Ambos, em tese, se propõe a ser caminhos extremamente elitistas e seletivos no que tange aos seus membros, ao menos em teoria. Fácil achar informação sobre isso na web, até na wikipédia tem.
Demônios: Há divergências. Particularmente não acredito na origem mitológica (céu, inferno, anjos caídos, blá, blá, blá), muito embora entenda a probabilidade de existência e eficácia desses “seres”, dado que criamos aquilo no que depositamo fé. Ou seja, acreditar em demônios é um importante primeiro passo para fazê-los passíveis de existir.
Dizem, e não é improvável, que demônios são antigos deuses esquecidos. Os homens criam seres (deuses, anjos, demônios…) para os mais diferentes fins, muito embora a finalidade mais usual, por motivos compreensíveis, seja a de se fazer escravizar por eles. Reza a lenda que quando criamos uma divindade (egrégora) ela, assim como tudo o que tem vida, precisa se alimentar, e esta se alimenta de nós (nossa devoção, nossas oferendas sacrificiais, nosso investimento emocional) e, em contrapartida, se doa para nós, servindo à finalidade para a qual foi criada, entretanto, quando negligenciada, converte-se em um ser faminto… e aí já viu.
Em termos mágicos práticos, demônios podem ser compreendidos como aspectos obscuros e desconhecidos do magista, aspectos inconscientes (infernais) os quais deveríamos, no momento certo, trazer á tona e incorporar de maneira harmônica ao resto. Brincadeira perigosa.