RELATO 1010 - Qual a melhor maneira de relatar uma experiência extraordinária?

[Se qualquer resultado realmente importante ou extraordinário ocorrer, ou se qualquer grande dificuldade se apresentar, a A∴A∴ deverá ser informada imediatamente das circunstâncias.]
Liber E vel Exercitiorum

Relato 1010

Caros Fraters,
Ontem iniciei, que por acidente, uma experiência que me resultou em algo transcendental, de cunho da expansão da consciência e contemplação de algo alem do que se pode perceber e/ou compreender e busco auxilio sobre como proceder a respeito.
Estou empenhado em construir um relato conforme o pressuposto em Liber E vel Exercitiorum, para que com isso seja mais precisamente analisado e compreendido e que sirva para algum propósito alem do meu e que possivelmente eu posso compreender mais assertivamente (apesar de que, de alguma forma, me parece que não devo compreender, não pelos meios convencionais pelo menos).
Por algum motivo, nomeei essa experiência de relato 1010.

Ocorreu-me de dizer que compreendi de alguma maneira, que “tudo é real, tudo existe, na medida em que eu acredite nisso”.

Enquanto isso segue abaixo um breve relato, que estou ainda a aprimorar. Agradeço sobre possíveis advertências, dicas, criticas, aspectos ou informações que devo acrescentar ou compreensões a respeito.
Relatei apenas os aspectos que me pareceram ser mais importantes.

10/10/2018 – 12h30minh - O limiar da meia noite – Relato 1010

Tive uma experiência bastante peculiar, referente à expansão da consciência, por intermédio de alguma forma de ritual, acessei um estado de consciência onde não se podia compreender de modo racional, mas apenas através da intuição e/ou percepção e/ou emoção.
De alguma forma, foi semelhante a um ritual, elaborado intuitivamente, sem padrões ou pretensões. Simplesmente foi acontecendo e as coisas que deveriam ser feitas para prosseguir se davam por intermédio da intuição da própria compreensão do que já estava por se passar.
Mas não sei explicar direito.
Não consigo explicar em palavras... Escutava um som vibracional forte, depois eu estava o tempo todo escutando várias coisas que não estavam ali e que não podia ser compreendidas... Mas que me passa uma sensação incrível, como um conforto maternal.
Eram sons que não consigo descrever, mas que preenchiam meus ouvidos. Era como se me completassem e ao deixar de ouvi-los, por alguns instantes, a sensação me pareceu como a de uma criança ao ser apartada do peito da mãe.
Um fato peculiar sobre isso é que eu só percebi que estava escutando esses sons quando que por acaso deixei de escutá-los. Como se eu estivesse escutando-os todo o tempo durante a experiência, mas sem perceber. Só tomei consciência de sua presença na sua real ausência.
Sobre o Som
Sobre o som que escutei, não somente a vibração, mas como uma canção indescritível, um coro, uma orquestra, que preenchia minha audição, minha sensação, a percepção. Um som divinal, acolhedor e maternal. Como um mantra suave e profundo que acalentava minha presença com algo indescritível.
Esse som era como energia, como luz, como seres, como se nele estivesse contido toda uma vastidão de coisas. Ainda me é angustiante o fato de que não consigo descrever de melhor maneira, pois em verdade, é indefinível em sua própria definição.

Sobre a Vibração
Sobre a vibração que se fazia presente na maior parte do tempo (embora poucos foram os momentos que estive consciente dela), soava como um som único, constante, imóvel em tonalidade, porem em movimento continuo. Era como se fosse um ruído de estática ou som dimensional.
Eu percebia de alguma maneira que ao adentrar a compreensão física, esse som se esvaia até eu não mais escutá-lo. Mas eu não fazia isso de inteira consciência, por alguns instantes de forma automática, a consciência física tentava se alimiar e nesses momentos isso me ocorria.
Porem de alguma forma, ao mentalizar, aos poucos ele retornava e quanto mais eu me focava em escutar e concentrar de forma única e objetiva, me despindo de qualquer compreensão racional, no sentido de contemplação, mais profundo eu adentrava naquele estado.
Ao tentar me lembrar daquele estado nesse momento, exatamente às 16h15min do dia 10/10/2018, me ocorre como se, naquele momento em que me aprofundava, o meu corpo físico se desfigurasse ou perdesse a forma, como se de alguma forma fosse sugado por uma espiral. Por algum motivo que não compreendo, duvido dessa lembrança, se foi real ou se a criei ao tentar recordar da experiência.

Sobre minha percepção da experiência
Tentar descrever tudo isso me parece uma forma de limitá-lo em sua própria condição, quase como um pecado. Porem é uma forma na qual tomo de uso para tentar explanar o que se passou.

Estou a horas escrevendo e creio que não consegui chegar nem a 1% do que realmente foi à experiência em si. Quanto mais penso sobre ela, menos compreendo e quanto menos compreendo mais profundo vou.
16h27min
O próprio ato de está escrevendo esse relato nesse momento já me leva de algum modo, a perceber novamente aquelas sensações e percepções.
Tenho sentido várias coisas durante o dia, como arrepios em todo o corpo e por alguns momentos como se irradiasse do chackra coronário. Alem de percepção alterada em relação aos sentidos ordinários.
16h36min
Minhas percepções e sentidos nesse momento
Minha percepção nesse momento se dá de alguma maneira como um todo, como uma sinestésica dança entre os sentidos. No campo visual, percebo um forte e perceptível brilho de estática, que caso eu me concentre, toma a cores de um tipo de branco acinzentado e azul, mas isso não é muito perceptível.
Quanto à audição, me parece necessário que ela esteja preenchida de algum som similar aquele que descrevi. Para isso, estou escutando uma musica celta, com sons da natureza, animais e água, num sentido meditativo.
Esses sons me preenchem e passam uma sensação de bem estar e plenitude e quando por qualquer motivo alguém me atrapalha nisto que estou escrevendo, me parece desfavorável e sinto ansiedade em voltar rapidamente, como se fazer qualquer outra coisa que não esteja devotado ao propósito fosse perca de tempo e de alguma maneira, isso me angustia.
De alguma maneira, estou me perdendo em direção a minha própria escrita e compreensão. Percebo que o fato de ter me concentrado e me dedicado a escrever esse relato, pude novamente contemplar algo da experiência, como já venho mencionando.
...

Como não coube tudo aqui, coloquei em pdf nesse link:
https://drive.google.com/file/d/1VF8wMbyGU0PDXnZFaWEORH1bLwpG8FR5/view?usp=sharing

Li seu relato, todo ele (PDF incluso). E é claro que por ele ser gigantesco eu não conseguiria pontuá-lo para responder adequadamente. Entretanto, acho que cabem alguns rápidos comentários...

Primeiro, antes de qualquer coisa, devo dizer que isso tudo me parece muito uma viagem de ácido ou de psilocybe cubensis (cogumelo) por causa da cinestesia e esse turbilhão sensorial/sentimental todo. E não encare isso como uma crítica, se for isso não tem problema algum, desde que você saiba que muito das suas percepções são fruto da ingestão de substâncias. Particularmente sou bem a favor do uso não-recreativo de substâncias para fins de auto-conhecimento (e com isso quero dizer que eu já fiz e deu muito certo, e não que os outros devam fazer!). Eu nunca pratiquei e não praticaria magia sob efeito de coisa alguma, mas isso sou eu, talvéz pra alguém dê certo.

Seja como for, convém dizer, que até onde me mostrou minha pouca experiência com a magia/oculto, as coisas não acontecem assim, digo, de maneira fantástica e abrupta. Resultados costumam ser pouco expressivos, fracassos não são incomuns, avanços são difíceis, e mudanças dessa natureza na percepção eu nunca vi acontecer, ainda mais assim como relata "por intermédio de alguma forma de ritual". Um ritual é um ritual, ele tem início, meio e fim, ele é pensado, construído com uma determinada finalidade e alicerçado em princípios básicos dentro da técnica. Não estou dizendo que você não possa criar os seus rituais, mas estou afirmando que para tanto, deve ter um mínimo de conhecimento sobre a estrutura e, tão importante quanto (se não mais importante) definir de antemão o intuito do ritual, já que sem isso ele não é nada, ele não tem razão de ser, pois a Vontade corretamente direcionada é a principal arma do magista, pra isso tanto treino, e qualquer resultado que não seja estritamente o planejado dentro de um ritual mágico deve ser encarado como erro, percalço ou fracasso.

Os seus relatos são bem vagos, notei que muitas vezes fala em dificuldade para explicar e descrever, o que torna ainda mais difícil de entender. A cronologia também é confusa. Você faz ainda muitas afirmações que me soam um tanto equivocadas, como por exemplo quando no PDF fala em gnomos, em ego, ou quando menciona sobre gênios da goécia e o que acredita ser o seu modus operandi. Também acho que não tem qualquer relação com Hod a sua experiência, como diz, haja vista toda a confusão e pouca capacidade de racionalização que menciona; possivelmente, e isso apenas por uma questão gráfica, poderíamos colocá-la, creio, nos domínios de Yesod (ou Gamaliel), dada o aparente onirismo e pouca lucidez.

Yesod é uma Sephirah bem delicada de se lidar, eu acredito que o magista deveria adentrá-la no intuito de conquistá-la, e não no de simlesmente explorá-la, sob o risco de se perder por lá. Ilusão é feita pra iludir.

“Tudo é real, tudo existe, na medida em que eu acredite nisso”.

Sim, mas crer também é uma arte, até porque crença parcial não existe. A ignorância, e a crença, por extensão, podem ser facilitadores mágicos poderosíssimos. Difícil é a tarefa de acreditar visceralmente naquilo que só existe porque eu acredito que exista.

E antes que eu me esqueça de dizer, se você não estava sob efeito de drogas que alterem a consciência, eu aconselharia consultar um psiquiatra, podem ser alucinações e delírios genuínos, que são indicativo de patologia. Quero repetir que isso que aconteceu com você é novidade pra mim, nunca vivi nada assim dentro do mágico e não conheço ninguém saudável com relatos assim sem estar sob efeito de alguma substância. Caso alguém com mais experiência ache que isso corresponde à normalidade, por favor, manifeste-se.

São críticas construtivas. Torço para que as encare da melhor forma.

Abraço!

Em breve darei uma resplosta mais pontuada e atenciosa, passo aqui agora apenas para dizer que não se tratou de "uma viagem de ácido ou de psilocybe cubensis (cogumelo)". Na experiência em questão fiz uso da consagração das "Sagradas Mecinas" do xamanismo. Acredito que esqueci de mencionar. Inclusive, nesse final de semana fiz uma expriência mais priofunda, durante 3 dias e obtive resultados péculiares.

Att,.
Baptist M.

Na experiência em questão fiz uso da consagração das "Sagradas Mecinas" do xamanismo. Acredito que esqueci de mencionar.

Isso faz toda a diferença e não deve ser encarado como um "detalhe". Compreendo que as pessoas muitas vezes, mesmo no meio ocultista, condenem esse tipo de prática, o que é de um preconceito arrogante, na minha opinião, e que por causa disso alguns usuários desse tipo de recurso químico possam se acanhar em falar mais abertamente a respeito, e sem problemas, ser reservado é um direito, entretanto quando se está fazendo um relato, seja no seu diário, seja para a apreciação de alguém, esse é um ponto fundamental a ser mencionado, é o que atesta que você não está em surto psicótico (bom... mais ou menos).

E seria interessante que fosse também mais específico do que simplesmente mencionar as "sagradas medicinas"; em um relato fidedigno deve-se saber "o que" e "quanto" e "como", etc... O Método da Ciência.

Caro Aluvaia,

Grato pelas dicas e escarecimentos. Farei assim como me indica.

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Frater HA³ls

"Na experiência em questão fiz uso da consagração das "Sagradas Mecinas" do xamanismo."

Ora, LSD e cogumelos não são medicinas sagradas também?