Já faz um tempo para cá que eu ando ‘’martelando’’ essa questão em minha cabeça, em minhas ‘’saudaçoes’’ matinais que faço ao sol sempre antes disso faço uma oração em que tento estabelecer contato com meu ‘’Deus pessoal’’ ou o tal do S.A.G (eu ainda não sei distinguir , meus estudos ainda não foram conclusivos a esse ponto.), antigamente eu me ajoelhava perante ele em reconhecimento a sua majestade e pedia para ser guiado, porém esse ato de me ajoelhar me causava uma sensação de desconforto, eu penso que EU como sendo a parcela ou contraparte divina D’ele não deveria me ajoelhar perante ele, mais do ele deveria se ajoelhar perante ele mesmo em reconhecimento a sua majestade, E ISSO E UM ABSURDO. Porém me vem a mente que isso talvez implique em falta de humildade de minha parte. Na prática o dilema da coisa toda se dá, que parece que quando eu executo esse ato de oração sem me ajoelhar eu não sinto aquela espécie de ‘’fogo’’ que me ocorre após o ato, e quando eu faço essa oração me ajoelhando mesmo sentindo o ‘’fogo’’ passo o dia com esse desconforto de que fiz algo absurdo.
Seria isso um sinal de uma mentalidade escrava?
Gosto desse comentário do Motta, no Chamando os Filhos do Sol:
“Não adores a Deus, pois quando o fazes, tentas obrigar a Deus que adore a si próprio em ti, e isso é masturbação. Adora antes o teu próximo, ou aquela pedra, ou o astro mais longínquo [...] Todo profeta, todo livro, todo deus que quer despertar em ti uma tendência a dobrar o joelho a alguma coisa ou ser com exclusão do resto, é um profeta falso, é um livro tolo, é um deus negro. [...] Foge portanto daqueles que te querem convencer que o sofrimento voluntário, cego ou passivo, que a subjugação da liberdade da tua consciência a outra, que a negativização da tua aura, é O Caminho. Tu és o Teu Próprio Caminho.”
Não vejo nada de errado com a prostração como um método de Bhakti Yoga, meu problema é com a ideia de render o pescoço à espada de um Javé castigador, diminuir-se perante um deus externo.
Cogite que o seu desconforto em não se ajoelhar, possa dizer mais sobre você do que sobre seu SAG; Talvez não esteja tão bem resolvido quanto você acha, dentro de si, a questão de que se é adequado ou não se ajoelhar. Pode não ser uma questão de técnica adequada e sim de como você se enxerga, enxerga o outro e enxerga o oculto.
Acredito que a pessoa deveria formular conceitualmente, racionalmente o que é Deus para ela. Ou seja, encontrar Deus. Ter uma ideia firme e segura do que seja Deus, e, também uma ideia segura do que seja o S.A.G.
Depois de formular para si o que é Deus para você, ou o S.A.G então adotar as práticas de adoração, prostração, busca, amor etc. Eu não devo adorar aquilo que eu não sei o que estou adorando. Ou, até mesmo, talvez, quem sabe, outros sentimentos em relação a Deus, que já seria uma imagem segura em sua mente.
Liber Ararita é sublime em relação à Deus.
Eu não conheço outro meio de comunhão com o SAG senão pela via da devoção. A questão da prostração é um dos muitos artifícios psicológicos úteis para a auto-afirmação dessa devoção, não é o único. Mas não que o ato de prostrar-se seja imprescindível, devoção é muito mais uma postura mental e que não deve ser restrita à uma hora específica do dia, mas deve perdurar de forma constante, crescente e permanente.
Eu, particularmente, me curvo apenas e tão somente à Divindade que existe em meu próprio cerne, e à nenhuma outra em hipótese alguma. Mas ao não adjetivável Deus a quem este pequeno "eu" que ainda me sinto pertence, sou completa e absolutamente entregue, sem segredos, sem pudores, sem reservas...
Ethar, nem quem chegou lá teve certeza do que é o S.A.G., dando vários palpites diferentes sobre a natureza dele. Então até que eu chegue lá, para mim ele é parte de mim mesmo, i.e., interno. Por isso não acho que faz sentido eu me prostrar para algo que não está lá fora.
Por outro lado, se estou fazendo uma invocação de qualquer outra divindade por meios de Bhakti Yoga, a prostração pode ser um bom meio. Simplesmente faz sentido pra mim.
Ainda é estranho pra mim :grin:
Eu penso que ao prostrar-se sua parte humana se ajoelha para sua parte divina. Seu EU primitivo se submete a um EU evoluído e "divino".
Eu vejo por um prisma completamente diferente. A adoração e o prostrar-se,diante de Deus, é uma atitude do ego, tornando Deus um egoísta. O que devemos fazer por ainda não termos nenhuma experiência prática, sendo a mesma apenas teórica, é doar a e doar-se a Deus pedindo seu despertar e iluminação.
Existe o ritual para o Sol, que pode ser feita ao amanhecer, ao meio dia, ao entardecer e a meia noite. E isso deverá ser uma atitude prática diariamente durante todos os dias de nossa vida.