Sobre o tarot

93!

Eu poderia perguntar como teoricamente acontece (a divinação) mas isso não é importante. Eu poderia resumir (para mim mesmo) que é uma "converssação" com o inconciente, serve de inicio para eu ver como é na pratica. A pergunta entào é a que segue:

No capitulo do liber thoth sobre o comportamento do tarot, me faz parecer que ele embaralha, corta, e as cartas que ficaram de alguma maneira significam algo. Não existe nada a se fazer? Uma técnica como a clarevidencia fisica? (É a pratica que escolhi como probacionista) essa pergunta pode parecer confusa, estou aqui então observando as respostas para explicar melhor caso entendam errado, agradeço antecipadamente os que com boas intenções responderem, a pergunta é praticamente: como se joga com o tarot? Eu irei estudar as cartas, simbolos incansavelmente, estou ciente disto, mas na hora da questão, alguém poderia me explicar o que se faz? Até!

93,93/93!

Cara eu jogo o Tarot às vezes. Sigo as instruções do "Livro de Thoth". Uso o método de pedir para o consultante embaralhar o baralho pensando no que queira saber, sem me dizer sobre o que quer saber, sem uma entrevista prévia, e depois cortar e me dar a carta cortada, pego a carta cortada e tento "adivinhar" a questão da pessoa interpretando a carta que ela cortou, se eu conseguir "adivinhar" a questão dela, eu continuo o jogo, se não acertar interrompo a tiragem das cartas e não mais prossigo com a adivinhação. Considero esta parte muito importante. Há a questão do transe, da inspiração, da gnosis, da invocação do deus e do meu estado de espirito. Então há os métodos de tiragem de cartas. Eu bolei um método pessoal para mim tirar, que não vou falar aqui.

Meu guia inicial foi o "Livro de Thoth" e as instruções contidas nele.

Abraços.

Entendi, obrigado, era isso que eu precisava saber, nunca tinha visto em lugar algum sobre entrar em transe para jogar, Alguém mais poderia me dar informaçào sobre isso? É nescessário transe para jogar tarot? E uma fonte se possivel.

93!

Eu, particularmente, acho que das questões que você levantou, a que mais tem importância é justamente o “como teoricamente acontece (a divinação)”, mas entendo que essa não seja uma das suas preocupações e sim o “como fazer acontecer”, assim sendo, vamos ver se consigo auxiliar com a minha percepção das coisas...

Em primeiro lugar cabe dizer que, por um motivo que desconhecemos, a Universo se comunica, ou melhor dizendo, ele tende a se comunicar desde que tenha meios para tanto e um observador atento aos sinais. Claro que existem divergências quanto à essas afirmativas, havendo que jure de pés juntos que isso não ocorre e que nós que vemos “sinais” somos pirados... vamos fazer de conta que eles estão errados e nós, certos, muito embora a discussão sobre isso seja muitíssimo mais profunda e complexa, mas não compliquemos tudo, pelo menos ainda não.

Em segundo lugar devemos saber que o Universo se comunica por meio de símbolos, assim como o nosso subconsciente (que coincidência, não?!), ou seja, quanto mais “próximos” estivermos dessa Mente subconsciente e quanto menos a mente consciente interferir, tanto mais facilmente será a nossa capacidade de apreensão dessa simbologia, a qual uma vez analisada pela mente consciente nôs possibilitará fazer uma completa leitura da coisa toda. Mas note bem o que eu lhe disse, falei da LEITURA, me refiro à capacidade de introjetar, compreender e traduzir aquilo que está sendo “comunicado”, e não do fato de a simbologia estar presente ou não. O que eu gostaria que você entendesse é que, na minha opinião, não importará se o baralho foi cortado deste ou daquele jeito, se foi com a mão esquerda ou com o pé direito, ele SEMPRE lhe comunicará algo que será pertinente pois é um meio pelo qual o Universo\seu Subconsciente (que segundo entendo não são diferenciáveis ou, pelo menos, não há entre eles delimitações claras) está lhe comunicando algo.

Compreenda que não estou lhe dizendo para fazer qualquer coisa de qualquer jeito, ao contrário, quanto mais refinado for o seu prazer tanto mais efetivo, acredito que seja interessante que se tenha certa reverência pelas cartas e um (ou vários) método(s) para que os resultados sejam precisos, pois quanto mais parâmetros você colocar no seu jogo tanto mais detalhada será a resposta. Eis um dos motivos pelos quais creio seja o tarô um oráculo preferível a outros (como o baralho cigano, por exemplo), pela sua riqueza simbólica (quantitativa), que é vastíssima e repleta de associações, assim como pela sua simbologia rica (qualitativa), pois eis que ali temos uma fauna dos diferentes arquétipos absolutamente entranhados na Mente Humana.

Com relação ao “transe”, e nesse termo temos assunto pra um tópico inteiro, cabe dizer que existem muitos níveis de transe, e como não sei onde coloquei meu “traseometro” para medir e classificar cada um deles não vou nem tentar fazê-lo... mas sim, o transe deve colocar o homem mais e mais em contato com o subconsciente, no entanto, cada vez menos em contato com o consciente, assim sendo, não sei até que ponto será exequível e indicado entrar em transe no momento de uma consulta já que a analise intelectual da mensagem é parte do processo. Invocação do deus, dependendo do caso, sim, pode ser interessante, mas Gnosi, segundo eu a concebo, entra quase que no mesmo grau de pouca racionalidade que alguns níveis de transe. Não que alguma introspecção não seja necessária, muito ao contrário, ela é essencial, e eis o motivo pelo qual a consulta ao oráculo seja uma prática aparentemente simples mas de uma complexidade ímpar, pois devemos manter a atenção fora e dentro de nós ao mesmo tempo, pois se fizermos o primeiro processo e negligenciarmos o segundo, não seremos capazes de compreender a totalidade da simbologia senão intelectualmente, e se fizermos o processo inverso, não conseguiremos projetar essa simbologia de forma que ela terá apenas um sentido genérico e não intimamente ligado ao problema prático em questão.

Espero ter esclarecido mais do que confundido.

93,93\93

Resposta muito proveitosa, obrigado Aluvaia.

Aluvai, sinta-se a vontade também para responder aquela pergunta se quiser (como teoricamente acontece), ou seu ponto de vista sobre, tendo em vista que possui sem duvida uma ligação com a questão principal.

Pois é, eu até já mencionei meio de passagem essa estranha e, até onde se saiba, inexplicável tendência do Universo à comunicação, e isso nos coloca num impasse pois, a respeito da realidade, uma vez tenhamos admitido que cientificamente deverá esta senhora obedecer às leis mais elementares, tais como conceitos de espaço e tempo, dela não deveríamos ser capazes de antever coisa alguma dada a nossa condição de vivenciar apenas e tão somente um sucessivamente eterno presente. Mas não, eu não tenho as respostas, claro que não, e acredito que ninguém as tenhas, tenho apenas conjecturas e algumas teorias que não me atrevo senão a sugerir (ou a dar pistas para que alguém as presuma, o que me deixaria livre de culpa) dada a precariedade e intangibilidade de com o que se trabalhar, assim como também a minha incapacidade matemática para equações mais complexas.

Especificamente falando do tarô, claro que não estou afirmando que ele tenha apenas essa função vulgar de previsão, mas bem sabemos que é esta uma de suas funções e é o que o caracteriza como “oráculo”. Interessante é notar a capacidade que aquilo que é deixado ao acaso tem de se codificar de forma inteligível e pressagiosa, quer tomemos para tal o voo dos pássaros, ou as vísceras dos animais, o movimento das nuvens, enfim... Serão assim mesmo as coisas ou apenas será esse o modo como nós que nos colocamos predispostos a esse ponto de vista percebe-mo-las? Não importa, ou importa, mas desconsideremos isso agora, atente-mo-nos apenas ao fato de que sim, que isso tudo faz sentido, sim os sinais estão lá, sim nós os vemos e ELES FALAM conosco. Pela boca de quem? Não sabemos. Serão os deuses, os espíritos, o Universo, será nosso próprio subconsciente que colocou magicamente tudo lá ao acaso, será nossas mentes programadas para encontrar códigos, sinais, sentido onde quer que exista possibilidade de que estes sejam encontrados, será a realidade assustadoramente muito menos férrea em suas leis do que seria de se esperar? Não sabemos...

Mas o fato é que algumas previsões são fantasticamente inequívocas, por exemplo, o oráculo me informou sobre uma herança próxima, e eu que nunca tinha herdado coisa alguma e nem tinha parentes doentes, recebi uma pequena herança, e não estou falando de um caso hipotético, aconteceu comigo. Estou citando esse fato absolutamente pessoal para ilustrar uma realidade que muitos dos amigos certamente já terão por si mesmos constatado, a de que oráculos e previsões são efetivos, caso contrário não estaríamos aqui discutindo insistentemente sobre algo tão desacreditado pelo homem médio. Dirá esse mesmo homem médio: “bobagem, então porque não preveem os números da mega sena?”... quem também entre os amigos nunca ouviu esse “argumento” no intuito de desmistificar os oráculos e “abrir os olhos dos crédulos”? Alguém sabe porque motivo não se pode fazer tal previsão?

Na tentativa de responder à pergunta, eu diria que não creio possível que se preveja qualquer coisa de natureza randômica, ou seja, afirmo aqui a minha crença de que aquilo que está totalmente ao acaso, aquilo que ninguém projeta ou arquiteta, aquilo que tem existência ou configuração abrupta e/ou não previsível do ponto de vista matemático, tampouco será passível de previsão oracular. Se já tiveram alguma experiência com pessoas mais sensíveis com relação à adivinhação creio que terão notado que é notoriamente mais difícil prever o futuro do que adivinhar fatos que já ocorreram, havendo na tentativa de prever o passado (não testemunhado pela pessoa, lógico) um percentual de acertos muito maior, pois aquilo já deixou uma impressão na realidade e na memória das outras pessoas.

Me perguntaria também até onde esse tipo de memória interfere na impressão daquilo que ocorreu, mas não é disso que estamos tratando e sim da mecânica oracular. E sobre isso eu sugeriria que a Realidade é, não só muito diferente daquilo que ela representa ser, ela é também um estado inescrutável de algo muito além do que somos capazes de imaginar, e que a faceta parcial que se nos apresenta me parece sofrer uma espécie de repercussão, como se houvesse algo semelhante à uma “tensão superficial cósmica” que não estaria necessariamente imediatamente condicionada à temporalidade, mas ainda assim estranhamente condicionada a causalidade, entendendo-se por isso uma situação em que a eminência de determinados fatos pudesse ser percebida apenas pela intenção de quem viessem a ocorrer, como se aquilo para o que tudo está se encaminhando se projetasse um passo invisível à nossa frente, como um alvo que sente o dardo um momento antes que ele saísse da minha mão.

É um assunto fascinante e de uma abstração quase inimaginável e eu fácil e prazerosamente poderia fazer os senhores consumir muito mais dos seus preciosos tempos com a minhas divagações, mas essa seria uma dívida pela qual eu não poderia pagar já que tempo tempo é algo de valor incalculável e eis que não tenho nada de definitivo para informar a respeito senão dúvidas mais e mais profundas... assim sendo se alguém julgar que isso já é um começo, fico satisfeito; caso contrário, perdão pela fata do pote de ouro no final do arco-iris... espero que tenham, ao menos, apreciado o colorido.

Boa noite, senhores. 93!

Estou conhecendo as cartas do Taro e já estou fazendo pequenas tiragens sobre assuntos pessoais. Até hoje eu tirava A Carta do Dia e consultava para meditar quando sentia necessário, mas hoje, pela primeira vez, usei como oráculo.

Há aproximadamente uma semana me surgiu uma questão. Apos meditar muito nela, decidi fazer a tiragem, e o resultado foi muito favorável. Como se a situação fosse se desenrolar da melhor maneira possível para mim.
Fiquei um pouco desconfiada, achei que talvez o fato de eu já estar pensando nisso há muito tempo tivesse influenciado as cartas a de alguma maneira "me dizer o que eu quero ouvir", então fiz outra tiragem, sobre um assunto relacionado, que se resolveria naquela mesma situação da primeira tiragem. E novamente, a mensagem que eu consegui interpretar foi muito favorável, totalmente em acordo com a primeira tiragem.

Como foi a primeira vez que usei o baralho para oráculo, fiquei bem impressionada com a relação entre as cartas de cada tiragem, como planetas e signos regentes se repetindo (maioria das cartas da primeira tiragem eram regidas por Sagitário enquanto na segunda, Júpiter regia o maior numero), fiquei ainda com a paranóia de ter influenciado!

Alguém pode me esclarecer se isso pode acontecer? O baralho pode me contar uma coisa que a minha mente fantasiou?

Agradeço qualquer ajuda!

93,93/93

Na verdade pode ocorrer sim de você estar influenciando a tiragem das cartas. Não é raro que se faça duas tiragens para que a segunda confirme a primeira, aliás é bem comum, e caso ocorra a confirmação da primeira tiragem esse é um indicativo de, ou sucesso na leitura, ou real e constante influência. Eis a importância do treino mental, de se ter a capacidade de se manter imparcial. Tirar as cartas para outra pessoa pode ser uma vantagem nesse particular, pois ainda que seja mais difícil aplicar aquilo que se está lendo à realidade do outro, pelo menos se tem a certeza (ou quase) de que se está sendo neutro ao tentar fazê-lo.

Não apenas este, mas todo oráculo é passível de influência (exceção feita, talvez, à Astrologia), haja vista a rabdomancia divinatória (pêndulos), por exemplo, que é facílima de usar, sendo fato bem conhecido que qualquer criança move um pêndulo para o lado que manda sua vontade mas, justamente por isso, o seu poder oracular é dúbio, ou melhor dizendo, o poder oracular DO OPERADOR é duvidoso, havendo a necessidade de anos e anos de treinamento – não na prática do oráculo, mas na prática de abster-se de envolvimento com a ânsia de resultado do mesmo.

Mas existe algo de palpável que pode lhe dar a confirmação sobre se está acontecendo influência ou acerto efetivo na sua leitura: o resultado. E nesse caso é irrelevante se um influenciou o outro “o outro” foi que influenciou “o um”, ou seja, se as cartas predisseram que seu dia seria ótimo e ele realmente foi ótimo, é divinação; se o seu dia foi ótimo PORQUE as cartas – sob sua influência consciente ou inconsciente – (pre)disseram, é Magia.

Até porque o Tarô tem muito mais utilidade do que como mero oráculo, é claro que acredito que seja importante a fidedignidade com relação à própria capacidade de tiragem das cartas, e para isso um forte condicionamento mental deve ser buscado e praticado diariamente.

Eu nunca errei uma leitura, apesar de muitas vezes fazer tiragens que não me esclareceram muito. Acho que um bom conselho é manter a mente limpa antes da leitura, buscar estados alterados de consciência também pode ajudar e durante esta leitura buscar se conectar com o seu eu do futuro, já que é extremamente plausível uma comunicação entre futuro e presente segundo a própria parapsicologia, vide o sujeito dos mamonas assassinas que previu a própria morte em sonho.

Eu também não faço duas tiragens, a não ser que não tenha compreendido a primeira, ou queira maiores esclarecimentos sobre a situação, você tem que aprender a confiar nas leituras se não pode acabar ficando mais confusa.

Aproveitando que já existe o tópico falando sobre Tarô, pego carona para perguntar se alguém saberia me dizer o motivo pelo qual o Arcano VII - O Carro, tem o Signo de Câncer como correspondência astrológica? Em alguns baralhos antigos era Libra, no de Thoth é Câncer. Pergunto porque não enxergo uma ligação muito clara entre o significado dessa carta e o signo.

Isso é assunto pra gerência, né? Seu Hadnu, cadê o sinhô? Porque eumesminha já me pergunto isso faz tempo. Se as correspondências podem ser trocadas, POR QUE foram e podem e são trocadas?

A troca da correspondência He-Tzaddi (se é a esta que se refere, luonnotar) foi parte da mensagem recebida por Crowley em relação ao novo Aeon, logo não foi uma troca qualquer e sem propósito, mas um "ajuste" revelado por Aiwas para que a Árvore chegasse a um equilíbrio (isso no meu ponto de vista, me interesso pelas opiniões de vocês).

Mas em relação ao Carro, também não consigo entender a referência com Câncer.

93,93/93!

Aluvaia, estive aqui pensando...
Será devido ao fato de O Carro elevar A Força à Compreensão?

Me parece que seria necessário uma via realmente passiva (câncer) para sair do estado ígneo de Geburah ao grande mar de Binah.

Qual seu pensamento?

93,93/93!

É uma colocação bem interessante, mas me ocorre que não se vai de Geburah até Binah, mas sim o contrário, é um Caminho descendente, note pela própria numeração dos Arcanos.

E mesmo quando realizamos a escalada de Geburah à Binah deveriamos, imagino que necessariamente, passar por Gedulah e ascender de forma serpentina passando por Däath, cruzando um caminho que não existe.

Meu problema com essa carta – um guerreiro de armadura em seu carro de guera – é que ela me parece a própria representação gráfica de Geburah num caminho descendente da Grande Mãe Negra, A Senhora da Forma, indo de uma Sephira que se trata de uma energia totalmente Saturnina, para outra Marcial, a Sephira da Força e da Severidade; energias nada a ver com os aspectos lunares do Signo de Câncer.

Venus667, de todo modo, ainda que a sua explicação valha para ambas as lâminas discutidas aqui, ela diz COMO e não PORQUÊ. E é justamente entender a razão disso que me interessa. Mas muito grata por responder. :)

Aluvaia, entraste num ponto que muitíssimo me interessa e me é bem enevoado, acredito que você poderá me esclarecer um pouco os pensamentos.

Em relação aos caminhos, entende-se por "Caminho da Espada Flamejante" aquele que descende de Sephira em Sephira (na sequência Kether - Chokmah - Binah - (Daath) - Chesed e por diante) e de "Caminho da Serpente da Sabedoria" o que sobe?

Até então, eu tinha chegado a conclusão que os Arcanos Maiores seriam como uma "meditação especial" para atingir certos estados de consciência, o que, sob meu ponto de vista, acontece de baixo para cima, assim como um Neófito esta para Malkuth tanto quanto um Ipsissimus está para Kether; o primeiro sendo "mais baixo" na árvore do que o segundo (não sei se estou me fazendo entender, aliás, ilumine-me se falei alguma asneira).

Pensando assim, concluí, cá com meus botões, que os Caminhos, são como um "gostinho" de como será o retorno ao seio do Todo. Logo, tornando-se possível "elevar" Geburah a Binah atraves do Carro, porém, sem permanecer lá, até mesmo porque nosso estado atual não permitiria (encarnados, físicos, escravos).

Desculpe-me os devaneios. E gratidão pela excelente conversa.

Lunnotar,
No caso da troca He-Tzaddi, creio que por questão de equilíbrio e afinidades na própria Árvore. Eu acharia estranho ter A Estrela correpondente a Áries e O Imperador a Aquário, não soa harmônico para mim, mas "faze o que queres e nenhum outro dirá não".

93,93/93!

Lonnotar, só complementando...

A estrutura da Árvore da Vida é o que ela é. A percepção da humanidade sobre ela é que muda.
No caso de uma pessoa que aceita o Liber AL, Aiwas ditou para Crowley que a atribuição do antigo Aeon estava errada ao dizer que "Tzaddi não é A Estrela". Nesse caso, não houve mudança no Caminho em si, mas sim na percepção desse Caminho, sendo a visão He = A Estrela mais aceita pela maioria dos Thelemitas.

93,93/93!

Tá bem, vamos com calma que eu também não sou esse cabalista todo e, além do mais, quem veio perguntar coisinha nesse tópico fui eu... mas vamos tentar elucidar algo:

Você perguntou: “Em relação aos caminhos, entende-se por “Caminho da Espada Flamejante” aquele que descende de Sephira em Sephira (na sequência Kether - Chokmah - Binah - (Daath) - Chesed e por diante) e de “Caminho da Serpente da Sabedoria” o que sobe?

Sim, está correto, até onde eu entendo. Também existe o “Caminho da Flecha”, que é o percorrido pelo Místico, ele abrange o Pilar do Meio e não faz o zig-zag entre as Sephiroth, mas sim uma ascensão retilínea.

Então você prossegue dizendo: “Até então, eu tinha chegado a conclusão que os Arcanos Maiores seriam como uma “meditação especial” para atingir certos estados de consciência, o que, sob meu ponto de vista, acontece de baixo para cima, assim como um Neófito esta para Malkuth tanto quanto um Ipsissimus está para Kether; o primeiro sendo “mais baixo” na árvore do que o segundo.”

E depois diz ainda: “Pensando assim, concluí, cá com meus botões, que os Caminhos, são como um “gostinho” de como será o retorno ao seio do Todo. Logo, tornando-se possível “elevar” Geburah a Binah atraves do Carro.”

Os Arcanos Maiores são de um simbolismo riquíssimo independentemente de sua associação com a árvore e podem ser instrumentos de meditação e projeção da consciência, no entanto, o Caminho da Serpente segue aquela trajetória já conhecida. Existe um fluxo natural das coisas e os Caminhos da Árvore fluem de cima para baixo (como podemos notar pela sua numeração), por isso lhe disse que O Carro leva de Binah para Geburah e não o contrário. É claro que quando você medita ou, como preferem alguns, viaja na Visão do Espírito, teoricamente poderá tentar fazer como quiser, mas não é esse o caminho “habitual”, nem da Espada, nem da Serpente e muito menos da Flecha.

Como já lhe disse, não sou esse cabalista todo e estou correndo um risco grande de estar falando bobagens, mas o que lhe descrevo é o que me parece que acontece.

Cabe dizer ainda que, ao contrário do que se possa imaginar, Cabala, Tarô e Astrologia, ainda que sejam sistemas com enormes possibilidades de sincretismo e associações, não foram criados para se encaixar como numa engrenagem, assim sendo, para que se crie na Otz Chiim um esquema gráfico rico, sempre haverá que se limar arestas, ou mesmo que se fazer adaptações maiores, como tem ocorrido ao longo do tempo.

A Árvore tem 22 Caminhos para casá-los com as letras do Hebraico, no entanto, se mais letras houvessem, mais caminhos se poderia traçar, haja vista que a própria Trilha da Serpente faz um cruzamento completamente alheio aos Caminhos previstos e associados aos Arcanos quando cruza Däath de Gedulah em direção à Binah, por exemplo.

O Tarô também se limitou modernamente a 22 Arcanos Maiores para que se pudesse manter correspondência, no entanto, nos idos de 1400 havia, entre outas tantas variações, o chamado Tarô Florentino, que chegou a contar com 97 cartas: 56 Arcanos Menores, 41 Arcanos Maiores (sendo 17 da sequência clássica), 12 cartas representando os signos zodiacais e ainda os quatro elementos e as virtudes cristãs.

Seja como for, é interessante que tenhamos para com essas coisas uma visão crítica, pois elas são o que fazemos delas. Transferências e modificações de correspondências para dar uma repaginada são expedientes possíveis de se usar, tanto é que Crowley mudou uma pá de coisa, e até posso concordar que “Tzaddi não é a Estrela”; agora, se é realmente que isso hoje é assim porque uma inteligência chamada “Aiwass” ditou ao profeta a mando da Deusa Nuit, são outros quinhentos... eu, pessoalmente não seria tão crédulo. Aprecio o milagre, mas não confio nem um milímetro no Santo. Os Eleitos confundir-se-ão.

93,93/93

Compreendi! Muito grata pelas respostas, quem veio perguntar foi você e eu que acabei te perguntando coisas hahahahaha

Grata pelo seu tempo, sempre aprendo muito nesses tópicos. Eu não sou cabalista nem porra nenhuma huahauahaua mas tenho aprendido muita coisa, o que é muito bom.

Com relação a Aiwas, seria um assunto para um outro tópico, que tenho certeza que haverão outras oportunidades. Abraço fraterno.

93,93/93!