Conheci uma Ordem de cunho thelêmico que ao contrário de todas as que eu já ouvi falar, diz-se uma ordem mística ao invés de mágicka.
Até que ponto será a magia essencial para o Buscador que adota a Lei como diretriz?
Será que Thelema associada à Via Mística não estará contradizendo o que diz Liber Tzaddi quando nos sugere uma experiência completa além da Sabedoria e da Tolice? Será que pode haver aproveitamento completo no assim chamado "Caminho da Flecha"?
"Conheci uma Ordem de cunho thelêmico que ao contrário de todas as que eu já ouvi falar, diz-se uma ordem mística ao invés de mágicka."
Soa como embuste. A verdade não é excludente. Mesmo os gnósticos mais extremados, digamos assim, aqueles que tem uma predileção pela Alma, admitem que o Espirito deve ser 'domado' e utilizado pra que se alcance fins mais elevados.
Me referia a toda a prática ritualística, ao que alguns chamam de “Caminho da Serpente” ou “Caminho do Relâmpago”.
“Não há nada de errado com uma abordagem puramente mística. Isso não quer dizer que a Ordem preste. Pode não valer nada. Entretanto, julgá-la só por essa abordagem não é determinante, exceto, talvez, pelo possível interesse já existente do aspirante por Magia. Aí depende.”
“Soa como embuste.”
Até não quero entrar no mérito da questão como relação à validade dessa Ordem especificamente, até porque, apesar da nomenclatura, analisando friamente vê-se que é uma Ordem mágica e o termo “místico” é usado equivocadamente ou complementarmente. Citei-a somente porque o conceito me deu margem para especulações.
“(Embora Liber Tzaddi possa ser usado para embasar a questão do equilíbrio, não entendi o que você quis dizer com essa referência específica quanto a esta questão.)”
Escolhi Liber Tzaddi por alguns trechos me sugerirem uma necessidade do total percurso do caminho, sem abreviações ou exclusões.
Parece-me que o Crowley dizia que o treinamento Magiko culmina no caminho Místico, que toda as técnicas de autocontrole são abandonadas no momento da entrega ao Anjo, ou no cruzamento do Abismo. Ele dizia que o Místico, por exemplo, lê melhor as cartas (ex) do que um magista, pois o primeiro deixa-se levar, enquanto o segundo é muito técnico. Parece-me que no final da vida crowley era mais Místico do que magista, confiando mais na providência do Universo do que em rituais e tal...
Acho que a partir de determinado momento da vida a ritualística deve se tornar mais e mais simplificada e as coisas muito mais "diretas", por assim dizer.
Necessariamente o Caminho Mágico passa pelo Místico. O Místico, não necessariamente.