Colegas, fiz algumas reflexões sobre a Lei e gostaria de postar aqui neste Fórum que aborda vários assuntos para a apreciação e comentários de vocês.
Obrigado
Yezide.
Sobre as três formas de se entender a frase: “Faze o que tu queres”, para Thelemitas e estudantes de ocultismo.
(por, Iezide Akkad)
Existem três maneiras de se entender e viver a frase “Faze o que tu queres”.
Existe a forma popular, vamos dizer assim, que é realmente fazer o que quiser. Viver despreocupadamente sem buscar uma essência ou verdadeira vontade. Agir no dia-a-dia normalmente seguindo o curso dos eventos e das vontades passageiras sem nunca em um momento cogitar sobre o sentido de tudo isso; sem se perguntar sobre a verdade da sua vida. A maioria das pessoas vivem assim; despreocupadas com deus e o mundo. Simplesmente fazem o que devem fazer. Estas pessoas não são piores que as outras, aquelas que se preocupam com a verdade do ser. Elas não estão em um nível mais baixo denominado de senso comum. Elas não são piores que vocês, filósofos e Thelemitas. Poderia-se dizer até que em muito elas são "melhores" porque não possuem o peso da busca, elas não são buscadores, elas se bastam em si. Estas pessoas despreocupadas de suas ontologias, não vivem em uma busca por uma verdade e sentido. Elas estão satisfeitas, vivem simplesmente, e na simplicidade de suas vidas são felizes.
Está é a primeira forma de se entender a frase “Faze o que tu queres”, viver sem buscar uma verdadeira vontade sobre o seu ser, simplesmente fazer o que quiser.
A segunda maneira é aquela dos Thelemitas, de se buscar o verdadeiro Eu, o sentido da vida aqui na terra. E, além de buscá-lo o encontrar (pois a eterna busca sem nunca encontrar pode ser pior que a eterna ignorância dos despreocupados ali de cima). Então, fazer o que quiser é realizar esta vontade universal que é o sentido da sua vida. É o momento da beleza, da harmonia, da realização, do trabalho feito pelo amor e pela vontade, o momento da felicidade, da sorte e da saúde. Atingir a Conversação e Conhecimento do Anjo (embora há como alguém sempre viver sua Vontade sem nunca falar com o Anjo). Então surge o terceiro momento.
Este terceiro momento só pode acontecer na vida da pessoa que já viveu o segundo momento de realização e descobrimento do seu verdadeiro Eu. O terceiro momento é o abandono da Verdadeira Vontade. É quando você mesmo é sua última cadeia, e seu auto-conhecimento é sua maior cela. É quando você está preso em si mesmo. Mas, além deste conceito de que a última barreira é o auto-conhecimento, existem outros fatores. A própria parte ao se identificar com o todo (algo somente possível para alguém que vive o segundo momento do faze o que tu queres) pode viver a Grande Liberdade. Ela descobre que não existe Verdadeira Vontade. Que qualquer vontade seria verdadeira. Que não existe um caminho ou um sentido para a vida. Que, realmente, e agora em um entendimento mais profundo, ela pode, realmente, fazer o que quiser. Não há mais moral. Não há mais verdade. Não há mais limite. Certo ou errado. Verdade ou Mentira. O Trilhar o Caminho ou Estar perdido. Só existe o ilimitado, então, faze o que tu queres. Não há mais conhecimento ou verdade. Se tem o poder para isso, sabe-se como se fazer isso, não há mais a responsabilidade ou a moral que o prendia a sua verdadeira essência, foi-se além, está livre até mesmo se si mesmo e pode então realizar qualquer coisa ao seu bel prazer. Ele pode encanar qualquer ser. Alguns iniciados nestes acontecimentos da vida, dizem que depois da pessoa descobrir sobre a falsidade do conhecimento e da verdade ela pode, pelo seu bel prazer, sem preocupação, voltar a realizar sua verdadeira vontade e a viver como antes em sua vida no cotidiano, sem se tornar uma pessoa egoísta e megalomaníaca que ela teria todo o direito de se tornar (tornar-se um Mago Negro). Este momento é quando os iniciados dizem que depois de vencer todas as esferas de desenvolvimento, a pessoa retorna para uma esfera (sephirot, qualidade, unidade de comportamento, identidade), se realizando como alguém no mundo, mas, muto além disso. Claro, este é o momento mais terrível. O momento mais poderoso. Onde o Mago poderia se tornar vira Negro, e o vencedor megalomaníaco e egoísta. É o reino do “Nada é Verdadeiro e tudo é permitido” que se encontra além do Abismo de Daath.
Att
Yezide
(Comentário removido pelo administrador)
Estava passando por aqui, devido a discussão da carta "O Universo", e lembrei que me veio na mente uma outra maneira, uma quarta maneira de se viver o "Faze o que Tu queres há de ser tudo da Lei".
Seria como a fórmula mágica "Que seja feita a sua vontade".
Ou a fórmula do "Amém", do que "assim seja".
Poderia se Ler na frase Faze o que tu queres...como se dizendo ela para uma outra pessoa, para deus, para o anjo,
como se dizendo "Senhor, que seja feita a sua vontade, faze o que tu queres".
Esta, seria uma forma muito mais sublimada e exaltada de se entender o Faze o que tu queres há de ser tudo da lei.
Pois seria algo além do Ego, onde se diria para deus, ou o Anjo, "Faça o que quiser, que seja feita a sua vontade".
Ou como Paulo disse: "Eu não vivo mais, mais Cristo vive em mim". (Para além de qualquer cristianismo cristista, como dizia Marcelo Motta).
Então, de uma quarta maneira, para além do Ego, Faze o que tu queres há de ser tudo da lei.
(Comentário removido pelo administrador)