Adrian, quero pontuar algumas coisas que achei relevantes no texto que postou. Não sou juíza e muito menos paradigma da humanidade, ok?
“Ela não é fascinante por ser problemática. Problemática todas as fêmeas já são.”
Quero supor que sua intenção não tenha sido a de incluir todas as fêmeas no seu comentário. Jamais imaginei uma galinha ou uma vaca problemática, embora tais termos sejam de uso comum para se referirem pejorativamente a uma mulher. E, mesmo a referência como “fêmea” para a mulher, fora de um contexto puramente científico, soa rude. Mesmo entre homens, como era o caso da discussão até eu entrar. Mas, como disse, não sou paradigma de nada e nem pretendo ser.
“Agora, o que fascina o homem, é a uma mulher acenar subjetivamente a possibilidade de satisfazer sua necessidade tríplice.”
Eu não entendi, perdoe-me, o que é essa “necessidade tríplice”. Poderia esclarecer? Sei que fizemos piada, mas este é um fórum sério, não necessariamente sisudo, vetusto. Não houve intenção de ofensa, apenas de descontração.
Um ponto que achei importante foi o fato de você distribuir o sexo feminino em três categorias: “mulher”, “fêmea” e “esposa”. Você reparou que se refere às mulheres em geral como “fêmeas”, à mulher pela qual é apaixonado como “mulher” e à sua esposa, claro, como “esposa”? E reparou que se refere ao sexo masculino como homem e, só uma vez, usou a palavra “macho” para designar uma atitude que considera típica do que denomina “fêmea”? Eis o trecho:
“As fêmeas usam este artifício e apenas avaliam o macho, se interessam ou sentem repulsa.
Porém, que fique claro que este comportamento é exclusivo de um tipo de fêmea, da classe humanóide, predominante na humanidade.”
Pois é. Ocorre que nas demais espécies há também esse comportamento, quando, por exemplo, um pássaro exibe sua plumagem para apreciação das fêmeas. E não é que existem homens que também exibem suas qualidades para a apreciação das mulheres? Ao menos, o que eles consideram qualidades, dependendo do público e do homem.
E, por enquanto, mas não por fim:
“Homens gostam de mulheres gostosas que comuniquem desinteresse, quanto mais gostosa e desinteressada, maior a ilusão de suprir a tríplice necessidade masculina, por consequência, mais fascinante.”
Adrian, não é do meu interesse agradar os homens. Jamais me sujeitaria a representar esse papel que a mídia tão bem quer impor a todas as mulheres e desde tenra idade. Quem quiser gostar de mim, que goste independentemente de eu aparentar ser gostosa ou não. E, não, não tenho grilos com minha aparência, antes que isso suscite algum mal entendido. E, supondo que “suprir a tríplice necessidade masculina” seja algo bacana, as mulheres também têm necessidades e desejos. E eu quero é mais ver aquelas satisfeitas e estes cumpridos. Por que não? E há muito mais mulheres assim do que você imagina.
“Conheci uma atriz, vocês também devem conhecer, ela fez algumas novelas e comerciais, apliquei o conhecimento, e sem esforço, tive um caso com ela.
Foi péssimo, porque não havia nenhuma emoção, e quando ela já estava deitada na cama do hotel, eu já estava desinteressado.”
Ok, vou colocar seus conselhos na pasta mental “coisas que eu nunca devo fazer”, já que todo o conhecimento aplicado só resultou em frustração. Rsrsrs
Adrian, o que eu quis ressaltar aqui foi o seguinte: essas mulheres que você distribui em categorias são Estrelas tanto quanto você. Não se trata de considera-las como rainhas, mas, antes, de reconhecer-lhes o mesmo direito à realeza que você também tem. Quando tendemos a nos considerar mais “evoluídos” que outros, colocando-os em categorias diferentes da nossa, o risco de estarmos projetando nossas próprias falhas é muito grande. E, por exemplo, os que dizem que “as pessoas só vêem defeitos nas outras” são assim, já que excluem a si mesmos de qualquer julgamento, o que se evidencia pela própria construção da frase. A transferência do sujeito para a terceira pessoa do plural denota que o falante está apartado do sujeito, ou seja, não somos nós, são elas, as pessoas – todos aqueles que não são a pessoa do falante. Se a construção fosse diferente, alterando o sujeito, não seria o caso. Vejamos: “As pessoas, só vemos defeitos nas outras” ou “Nós só vemos os defeitos das outras pessoas”. A inclusão do falante no sujeito indica que ele também se coloca na posição de “defeituoso”, já que assume estar em possível erro de julgamento de seus semelhantes e de si mesmo.
Releia o que escreveu e verá que diz muito mais de si do que talvez pretendesse. Eu vou reler o que escrevi, pois o fiz de um fôlego só, como sempre.
Abração!