Sobre a subida pelos caminhos da Árvore da vida

Escrevi este texto em meus momentos de reflexão sobre o que estou lendo, de maneira nenhuma é um texto com a intenção de ensinar, afinal estou iniciando meu caminho em Thelema. A intenção é compartilhando, as pessoas mais entendidas possam me corrigir ou confirmar se estou certo no que penso.

Praticamente toda a humanidade, se encontra escravizada por seus vícios e paixões. Sejam eles o tabaco, o álcool, drogas, etc, etc. Pode-se tomar como ponto de partida que, 95% da humanidade se encontra presa em Qliphoth.

O que as ordens esotéricas propõem, pelos menos algumas, é que, através do trabalho pratico, de yoga e magia, estes mesmos exercícios, levam a consciência do magista através das sephiroth da arvore da vida.

Por exemplo, a consciência da pessoa antes de começar sua caminhada espiritual, se encontra em qliphoth. Ela então se propõe a treinar e atingir a perfeição nas praticas de Líber E vel Exercitorum e Liber O.

Através destas praticas e da chegada a maestria nas mesmas, a força de vontade, o auto domínio e a imaginação são treinados, fortalecidos, desenvolvidos, e isto transporta a consciência desta pessoa de qliphoth até Malkuth, teríamos então um iniciado na esfera de Malkuth.

E assim, a cada nova sephiroth, novas praticas desafios, ordalios são inseridos, pois é através da mudança de consciência, que se atravessa os caminhos de sephiroth a sephiroth.

No tocante as ordalias, não se trata de um mestre invisível ou visível, dando ordens e desafios, mas sim do momento que sua consciência é transportada para outra sephiroth, você passa a atrair o lado positivo e o lado negativo da mesma.

Sobre a "subida pelos caminhos", como degraus ou fases dos momentos de nossas vidas, acho isso bem significativo, como se a Arvore fosse um Mapa geral da evolução humana. Acredito que dá para se entender assim. Ainda mais se você não ter ela como um mapa, mas se comparar a ela as vezes. A Lua influência muito mais nas pessoas se elas não sabem da influência dela, quando se sabe como ela influência ela perde um pouco a sua força, justamente porque nós sabemos suas fases e ações. A ignorância é a chave para ser influenciado. Acredito que a Arvore seja o mesmo modo. Se você tomar ela como um mapa você pode perder-se a si mesmo nos diferentes caminhos, pois não existe uma maneira de subir nela, você pode ir por vários caminhos, então ela deveria ser algo a se comparar para se saber onde está e para onde se pode ir, e não um mapa com um único caminho. Mas, é claro, está é minha opinião que compartilho com vocês e ela só é verdadeira para mim ou para alguns. :) Uma outra coisa que nos dizem (eu não sei), que ela pode ser um mapa das regiões do Astral, isso eu não posso confirmar, mas tomara que não estejam mentindo para a gente hehe. Faça o que quiser.

Att.

Não sou um exímio entendedor de cabala, mas não tenho certeza se é bem assim como você está descrevendo.

Pelo pouco que sei, me parece que cada Sephira tem sua Qlipha, e o trabalho é meio que passar por ambas, sem negligenciar a nenhuma das duas. A intenção não é “fugir” das Qliphots, mas compreendê-las e integrá-las como partes do Todo que é você.

Aquele que segue o sistema thelêmico, não segue um caminho em detrimento do outro, até porque, creio eu, seria desejável que se entendesse que essas “esferas” são, antes de tudo, aspectos da personalidade e “regiões” do sub-consciente.

Anjos, archanjos, deuses, demônios... o que disso foge das facetas humanas? Ainda que existam essas realidades e fauna de seres em quaisquer outros “lugares” além de nós mesmo, antes existem eles aqui, dentro de nós. Resta-nos tornar Unidade aquilo que é Dispersão.

E com relação às Ordálias, parafrasearei alguém bem mais esperto do que eu, que escreveu há alguns anos num desses nosso tantos tópicos o seguinte: “Ordálias são testes”. Simples assim.

Obrigado Aluvaia e Yezide . Suas descrições me ajudaram muito . Mas pensei do jeito que escrevi, por que vi que na descrição do programa da A.A , se diz que o probacionista se encontra perdido em Qliphoth e o Neofito esta em Malkuth .

Talvez ele esteja perdido, duvidoso, confuso, inseguro, insatisfeito (etc), dai depois ele se encontra, sana as dúvidas, tem certeza e segurança, entende.

Wilson

Não posso falar em nome da A.'.A.'. pelo simples motivo de não ser um membro e não pautar obrigatoriamente minhas opiniões a partir dela. Falo por observação e análise, apenas.

No entanto, não sei até onde o você leu no “programa da A.'.A.'.” pode ser encarado literalmente. Acho que é um tanto mais simbólico do que prático. Mais ou menos como quem diz que alguém está saindo “das trevas da ignorância” e dando um passo afirmativo para trilhar um “caminho de luz”, muito embora ignorância e sabedoria independam de se estar no claro ou no escuro.

(Alguém por favor me corrija se eu estiver errado.)

Que o Neófito está em Malkuth, isso é fato. Mas o Probacionista não estará também em Malkuth? E uma vez em Malkuth, não estarão ambos também sujeitos à Qlipha correspondente à essa esfera?

O esquema cabalístico é um diagrama, mas não sei até onde podemos conceber que o Universo seja assim “dividido”, de forma maniqueísta, como num jogo de xadrez. Imagino que seja assim expresso graficamente por uma questão meramente didática.

Como lhe disse antes, não sou um perito em Cabala. Inclusive tenho certa dificuldade de raciocinar cabalisticamente até por algumas restrições pessoais em relação ao Judaísmo, portanto, não é impossível (e nem improvável) que eu realmente esteja errado.

Mas também é só uma opinião, não uma Verdade, necessariamente.

(Comentário removido pelo administrador)

Achei que as árvores fossem paralelas ou sobrepostas, e dessa forma não poderia haver um “embaixo”. Como poderia haver essa relação de separação? Não é Daat é uma (pseudo) esfera comum a ambas, otz chin e otz daat?

Pensei sempre que elas poderiam ser “trabalhadas” separadamente, mas que num sentido prático/mágico; no que tange às influências “cotidianas”, imaginei-as com uma ação mútua e desejavelmente proporcional. Digo, quanto mais imerso na Sephira, mais tentado pela Qliphot.

E também acredidto meio precipitada essa parada do “não-iniciado” necessariamente perdido em Qliphoths. O camarada pode não ter iniciação formal em absolutamente senda iniciática nenhuma e nem por isso encontrar-se mergulhado num realidade “Qliphótica”.

Mas isso tudo é meio subjetivo... Como disse, tenho dificuldades para raciocinar “cabalisticamente”.

(Comentário removido pelo administrador)

Alguém poderia indicar onde "no programa da A.'.A.'.", me refiro a informação literal, diz que o Probacionista está em Qliphot?

Boa Noite!
Também não sou perito em Cabala. Mas tenho uma opinião que irei dizer. Ora, somente um estado ocorre de uma vez. Somente um pensamento ocorre por vez. Você só tem a atenção em um pensamento (bem, seria interessante falar de yoga e Samadhi). Falando devido a ação, ao comportamento, ao que ocorre, só ocorre uma coisa por vez; não ocorre tudo de uma vez. Então você sempre estar em um estado que só pode ser considerado "em cima" ou "em baixo" pela própria pessoa que sentirá isso. A pertubação é algo pessoal que diz respeito ao eu, assim como o egocentrismo e se achar um Rei todo poderoso, ou que está tudo certo e perfeito; todos estes achismos ou opiniões dizem respeito ao ego e a vontade. Então, estar em uma Qliphot, ou em uma esfera mais perfeita ou positiva pode dizer respeito a um estado manifestado sentido assim por uma pessoa. estar em uma Qliphot, é estar as avessas de um estado. Bem, qualquer estado é as avessas (o contrário, o negativo) de um outro..... você pode estar as avessas de um estado (qualquer estado) e gostar disso, você pode gostar de estar em uma Qliphot e pode odiar a Sephirot (esta oposição é rasa e superficial, de qualquer uma delas poderíamos falar isso) (por favor, me corrijam se estiver falando algo errado).....um probacionista seria alguém confuso, perdido, com o começo do poema "Uma Estrela a Vista" do Crowley, então ele encontra-se, ele conhece a si mesmo (não diria um probacionista que esta sendo provado em sua dor de amor; mas talvez alguém antes de um probacionista, antes dele erguer um pouco a cabeça). Então, depois, entra no Reino como um mortal para sair dele, talvez, como um imortal.

Esta é minha opinião neste momento.Posso estar, e bem provável que eu esteja, completamente equivocado.

Att

Não lembro de um texto que fale isso escrito por Crowley, Kenneth Grant gostava deste tema e tem um livro sobre isso. Achad pensou algo sobre isso também, foi quando disseram que ele estava ficando louco....Louco(?). Não lembro de Crowley falar muito sobre isso. Tem um desenho Da Arvore da Vida que mostra o Probacionista com que grudado um pouco abaixo do Neofito na escala dos Graus da A. A ou da O.T.O, não sei. Isso é o que lembro agora.

Att

Creio que essa definição de Qliphot está, realmente, no mínimo equivocada. O Probacionista é alguém confuso, por que? Não sou membro da referida Ordem, mas não existe referência, nos documentos chancelados por O.M e D.D.S, que diga uma coisa o outra. Infelizmente o trecho retirado das confissões é realmente muito mal entendido... Fazer um diário e decorar um capítulo não deixa ninguém confuso, muito menos lança alguém em Qliphot. Ainda mais, Se o Probacionista está em Qliphot onde estão as pessoas comuns? Isso é de um elitismo... Há tanta má informação nisso que chega a ser risível... O primeiro poste desse tópico resume uma preconceito verdadeiramente supersticioso, como se as coisas do mundo fossem 'ruins' para a iniciação, quando é justamente o contrário, só existe Iniciação no Mundo.

O que é uma Qliphot Zosimo?

Pois é, o ponto que eu defendia era exatamente esse que o zosimo tocou.

Seja o Neófito, seja o Probacionista, seja o ser humano que nem sabe que isso existe, todos estamos em Malkuth e todos estamos sujeitos ás influências da Qlipha correspondente.

Ninguém está em Malkuth “fugido” da Qlipha, nem tampouco “perdido” na Qlipha peleando para ascender até Malkuth. Penso eu que exista uma interação de situações simultâneas.

Perguntou pra pessoa errada. Não tenho uma definição, pra além do que já está esclarecido sobre a etimologia e o dogma judaico, que valha a pena compartilhar.

Vamos colocar meu post a cima em perspectiva, você disse: " Então, estar em uma Qliphot, ou em uma esfera mais perfeita ou positiva pode dizer respeito a um estado manifestado sentido assim por uma pessoa. estar em uma Qliphot, é estar as avessas de um estado. Bem, qualquer estado é as avessas (o contrário, o negativo) de um outro....."

Discordo disso. Esse é o funcionamento 'normal', 'comum', do intelecto, ou seja, categorizar e agrupar definições conceituais que se auto anulam. Pra mim, não existe nada de 'qlipphotico' ai. Na minha opinião Qlipth é ausência de movimento (i.e. ausência de mudança).

Agora se falarem que o Probacionista, ou seja lá quem for, quando se põe a praticar o auto-conhecimento, está perdido na preguiça, concordo em gênero número e grau.

Amanhã é sábado.

Tava numas de praticar um auto-conhecimento, mas infelizmente vou ter que trabalhar.

Malditas Qliphots!

(Comentário removido pelo administrador)

Vou teimar, pois acho que estamos falando de coisas diferentes, na verdade.

Até posso concordar que o iniciado esteja num nível mais profundo de “domínio” da Sephira e da Qlipha correspondente ao seu grau, tomado, é claro, como parâmetro este determinado esquema de escalada; no entanto, não acho certo julgar que o resto da população esteja completamente “perdida na selva”, simplesmente.

Mas ok... posto que refere-se este tópico, antes de tudo, à uma “descrição do programa da A.´.A.´.”, que é uma Ordem iniciática que toma a Árvore como um esquema no qual casa Esfera é um degrau do diagrama, e neste caso sim, pode-se considerar que o Neófito preenche tais e tais requisitos e portanto está em Malkuth e o Probacionista ainda não preenche, estando então um degrau abaixo, no caso Qliphoth, ou o que quer que seja.

Mas a minha ladainha até agora foi, tão somente, no intuito de dizer que não creio que homens não iniciados sejam, apenas por este fato, necessariamente “barcos à deriva”.